Procurada pela Agência Leia, a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa, explicou que está estudando todas as formas de levantar capital para cobrir os prejuízos com as operações financeiras. Entre elas, ativos não-operacionais – os quais o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, já havia divulgado, como terrenos, áreas de reflorestamento – e ativos operacionais, como a corretora Concórdia e fábricas consideradas menos produtivas, como a unidade russa e a de bovinos.
Paralelamente aos estudos de venda de fábricas para se capitalizar, na próxima segunda a Sadia inaugurará uma unidade na cidade de Vitória de Santo Antão (PE), que produzirá embutidos como mortadelas, salames, salsicha,entre outros. O investimento na nova fábrica foi de R$ 300 milhões.
Assembleia de acionistas
A empresa informou que no dia seis de abril vai apresentar aos acionistas o resultado da auditoria realizada pela BDO Trevisan. O relatório vai mostrar o tamanho do prejuízo causado pelas operações que a empresa realizou com derivativos no ano passado.
De acordo com relatório divulgado pela Brascan Corretora, por causa das perdas de R$ 760 milhões nestas operações, a Sadia deve registrar prejuízo de R$ 2 bilhões no próximo balanço, que vai ser divulgado na semana que vem. A Sadia informou em nota que, na assembleia extraordinária do dia seis de abril, em Concórdia (SC), os acionistas vão poder decidir se vão responsabilizar a empresa pelas perdas financeiras e pedir o ressarcimento dos prejuízos.
Analistas acreditam que a Sadia deve apresentar o pior resultado de sua história no próximo dia 27. As dificuldades financeiras que a companhia atravessa são tão grandes que estão levando a indústria a negociar a venda de ativos e tentar algum tipo de associação com a sua principal concorrente, a Perdigão. A possibilidade de fusão entre as duas empresas começa a ser descartada pelo mercado.