De acordo com o presidente da Sadia, Gilberto Tomazoni, a relação ideal para esse indicador é de três e quatro vezes, porém estava em 5,8 vezes ao final de 2008.
Inflada pelas perdas com derivativos, a dívida líquida da companhia fechou o ano passado em R$ 6,733 bilhões, para um Ebitda (geração de caixa operacional) de R$ 1,164 bilhão. Para que ficasse no patamar considerado ideal, a dívida líquida teria que ser de R$ 2,1 bilhões a R$ 3,2 bilhões menor para o mesmo Ebitda. O executivo acredita que a volta à normalidade só deve ocorrer em 2010.
Para este ano, o desafio da empresa será conseguir dinheiro para tocar suas operações. Com cerca de R$ 900 milhões em caixa, a Sadia terá que carregar uma dívida pesada durante o ano, ao mesmo tempo em que pretende investir R$ 600 milhões na manutenção dos projetos em andamento e na melhoria das operações.
Entre as alternativas de capitalização, ganha cada vez mais força a venda de ativos. Além do banco e da corretora Concórdia, estão na prateleira terras reflorestadas, centros de distribuição, fábricas de ração, a operação de bovinos e até mesmo a fábrica da companhia na Rússia.
Ainda assim, a direção da companhia demonstrou certo otimismo com reação aos próximos meses. Segundo Tomazoni, a demanda do mercado externo já dá sinais de recuperação, enquanto que o mercado interno vem absorvendo parte do repasse referente à disparada ocorrida em 2008 nos preços das commodities alimentícias.
Outra alternativa para a capitalização da Sadia, já bastante discutida no mercado, é a associação com a Perdigão. Dessa vez, no entanto, Tomazoni preferiu não entrar no assunto, mas continua considerando a possibilidade da transação.
? Não descartamos nada ? completou o presidente da Sadia.