O país deve colher uma área de 56,3 milhões de hectares em 2014, um aumento de 6,6% em relação ao ano passado, quando teve 52,9 milhões de hectares colhidos, segundo LSPA de junho. O montante é 0,2% maior do que o previsto em maio.
O arroz, o milho e a soja – que representaram 91% da estimativa da produção – respondem por 85,1% da área a ser colhida. Em relação a 2013, a área de arroz aumentou 0,3%, a de soja teve expansão de 8,6%, e a de milho ficou estável.
Em relação à produção, a safra de arroz será 4,3% maior do que a do ano passado, enquanto a de soja deve aumentar 6,0%. Já o milho deve mostrar redução de 5,3% na produção este ano.
Segundo o IBGE, o Centro-Oeste responderá por 41,6% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas; seguida da região Sul, com 72,7 milhões de toneladas e 37,8% da produção total. Na região Nordeste, a produção será 17,4 milhões de toneladas (9%) da produção nacional; Sudeste 17,2 milhões de toneladas (8,9%); e Norte, 5,1 milhões de toneladas.
Outra constatação da pesquisa é que dos 26 principais produtos 18 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior, com destaques para o algodão herbáceo em caroço (alta de 26,5%); arroz em casca (4,3%), aveia em grão (6,8%), batata-inglesa primeira safra (8%); café em grão – canephora (16,9%); cebola (14%); feijão em grão primeira safra (48,7%); e mamona em baga (196,9%).
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Arroz
A produção de arroz em casca deve chegar a 12,3 milhões de toneladas, volume 4,3% maior que 2013. O Rio Grande do Sul é o principal produtor, devendo responder por 68,1%. Embora as áreas de cultivo não apresentem grande variação, os produtores gaúchos nos últimos anos têm trabalhado para elevar o rendimento médio do produto por meio da melhoria das técnicas de plantio e dos tratos culturais.
Milho
Já o milho, apesar de responder por grande parte da produção de grãos deverá ter safra 5,3% menor que a de 2013, atingindo 76,3 milhões de toneladas. Segundo o IBGE, a queda da produção do milho primeira safra chegou a alcançar 8,7% em relação a 2013, enquanto a produção do milho segunda safra apresenta queda de 2,9% em relação ao ano anterior.
– Essa base de comparação é elevada, já que, em 2013, a produção do milho segunda safra foi recorde em decorrência do clima muito favorável e do preço, que subiu devido à quebra da safra americana – justificou o instituto.
Em maio, a produção de milho 1ª safra será 0,3% maior do que o estimado. A cultura foi o que puxou a revisão da produção nacional de grãos para o ano, que aumentou 0,1% em relação ao que foi estimado no mês anterior.
Soja
No que diz respeito à soja em grão, a produção estimada deverá alcançar 86,6 milhões de toneladas, aumentando 6% em relação a 2013. Os produtores investiram no plantio da leguminosa aproveitando-se do preço compensador praticado pelo mercado. O estado de Mato Grosso é o principal produtor, com 30,4%, seguido pelo Paraná (17,1%).
Algodão
Impulsionada pelos preços da arroba, a estimativa de produção do algodão herbáceo (em caroço) é 4,3 milhões de toneladas, um crescimento 26,5% em relação ao ano anterior. Os produtores aumentaram a área plantada com a cultura em 21% em razão dos preços terem aumentado após dois anos em queda. O principal produtor é Mato Grosso, que participa com 58% do total nacional (2,5 milhões de toneladas), volume 33,7% maior que do ano anterior.
Feijão
O excesso de chuvas em junho em algumas regiões do país levou a revisões nas estimativas para as safras de feijão. Em relação às projeções de maio, a produção esperada do feijão 1ª safra caiu 1,2%, a do feijão 2ª safra recuou 0,6%.
– Os números apontam perdas no caso do feijão 2ª safra, que teve a qualidade afetada. Por outro lado, nesse levantamento a gente está notando um aumento na intenção de plantio de feijão 3ª safra. Há expectativa de que os preços se mantenham compensadores – disse Flavio Pinto Bolliger, coordenador de Agropecuária do IBGE.
Quanto ao feijão 1ª safra, a diferença nas projeções de maio e junho deve-se a revisões na produção em Estados do Nordeste, principalmente. “Aí é efeito da estiagem”, explicou Bolliger.
Trigo
A safra recorde de trigo será 0,9% superior ao estimado em maio. A produção nacional deve atingir 7,874 milhões de toneladas este ano, a maior desde o inicio da série do LSPA, em 1974.
– A área cultivada e a expectativa de rendimento, por enquanto, ainda se mantêm altas. Esperamos que as chuvas não venham. O trigo ainda está pequeno, a cultura está no início – lembrou Flavio Pinto Bolliger, coordenador de Agropecuária do IBGE.
No ano, a safra de trigo deve ser 37,7% maior que a de 2013, devido ao clima favorável no Paraná e no Rio Grande do Sul, principais produtores. Apenas a produção do Paraná deve crescer 113% em relação ao ano passado.