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Safra 2013/2014 tem oferta recorde de etanol no Centro-Sul

Área plantada de cana-de-açúcar diminuiu 14,7% em 2013, até novembroAté o dia 1º de dezembro, a produção das usinas da região Centro-Sul do país confirmou a expectativa de uma expansão recorde na oferta de etanol para o mercado doméstico durante a safra 2013/2014. Essa oferta ampliada foi o suficiente para cobrir todo o aumento na demanda brasileira por combustíveis para veículos leves, mas dificilmente se repetirá para atender plenamente a novos aumentos de demanda no futuro.

Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apurados até o início do mês revelam um crescimento de moagem na atual safra próximo dos 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume direcionado quase exclusivamente à expansão na produção de etanol. Do início da safra até 1º de dezembro, a produção de etanol cresceu 18,97% – de 21,36 bilhões de litros na safra 2012/2013 para 25,04 bilhões de litros na última safra -enquanto a de açúcar aumentou apenas 0,66%. 

>> Série Retrospectiva, Perspectiva 2014 faz estimativas para o setor sucroenergético

Para a presidente da Unica, Elizabeth Farina, o aumento da produção registrado na atual safra, em um período de falta de rentabilidade para os produtores, lado a lado com uma melhora no desempenho do setor em termos de volume e produtividade, é reflexo do esforço que tem sido realizado para reduzir a capacidade ociosa nas usinas instaladas.

– A busca pela redução de custos e pela otimização das unidades em operação foi responsável por esse crescimento significativo da produção – concluiu.

Os números confirmam a projeção divulgada pela Unica no início de outubro, que apontava para um incremento de 3,68 bilhões de litros na produção de etanol nesta safra, com o total atingindo 25,04 bilhões de litros contra 21,36 bilhões de litros na safra 2012/2013. Além da produção ampliada, a oferta de etanol para o mercado doméstico também será beneficiada pela redução das exportações, que devem ficar em 2,61 bilhões de litros este ano, cerca de 850 milhões de litros abaixo dos 3,46 bilhões de litros exportados pelo Centro-Sul na safra anterior. Mesmo com números positivos, o diretor técnico da União da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, acredita que ainda é cedo para falar em recuperação do setor.

– É uma safra que nós batemos recorde, de aproximadamente 590 milhões de toneladas de cana. Uma safra bem dedicada à produção de etanol. Basicamente não há crescimento na oferta de açúcar. Não significa que isso traduziu em redução de endividamento do setor. Não traduziu em maior rentabilidade. Nós tivemos uma queda na receita significativa, principalmente provocada pela queda de preço do açúcar no mercado internacional. Em contrapartida até uma valorização dos preços nas vendas do etanol, mas significa dizer que nós perdemos a receita por tonelada de cana, apesar de ter agregado 60 milhões de toneladas de cana no processo produtivo. Faturamento global da atividade não vai crescer 1% – analisou Padua.

Somando-se o aumento na produção e a queda nas exportações, a ampliação da oferta total de etanol para o mercado interno deve ficar em 4,53 bilhões de litros na atual safra. Trata-se de um crescimento recorde, sendo superior inclusive aos registrados nas safras 2007/2008 (4,45 bilhões de litros) e 2008/2009 (3,62 bilhões de litros), período em que mais de 50 novas unidades começaram a operar – 25 em 2007/2008 e 30 na safra 2008/2009.

Moagem

Padua avaliou que a safra 2013/2014 no Centro-Sul do Brasil tende a encerrar com uma moagem de 589 milhões de toneladas.

Em outubro, após as geadas que prejudicaram os canaviais da região, a entidade chegou a revisar o processamento para 587 milhões de toneladas. O que representa um crescimento de 10,18% em relação à safra passada, que foi de 532 milhões de toneladas. Mas, de acordo com Padua, o total de usinas ainda em operação indica uma moagem maior, em linha com a primeira estimativa da Unica, feita em abril.
 
Até 1º de dezembro, quase 75 usinas haviam encerrado suas atividades, número inferior ao observado em igual período de 2012 (94 unidades) e aquém das 246 empresas observadas na mesma data da safra 2011/2012. 

Área plantada de cana

A área plantada com cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil no acumulado de 2013, até novembro, alcançou 774.165 hectares, 14,7% menos na comparação com os 908.197 hectares observados em 2012. De acordo com Luis Antonio Dias Paes, gerente de Produtos do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), as geadas ao longo do ano e as dificuldades operacionais das empresas respondem por essa queda. Segundo ele, a renovação de canaviais para a próxima safra deve ficar em 17%, menos que os 20% vistos na atual temporada.

A produtividade agrícola dos canaviais do Centro-Sul na safra 2013/2014 está em 80 toneladas por hectare. Conforme dados do CTC, em 2013, 45% das usinas do Centro-Sul diminuíram a área plantada com cana; 27% mantiveram a mesma área e 28% expandiram a produção.

Usinas em operação

A Unica prevê que nove unidades deixarão de processar a safra em 2014/2015, menos que as 12 unidades observadas no atual ciclo. Ainda de acordo com a entidade, a próxima temporada deve ter uma nova usina (greenfield) em operação e uma que deve voltar a moer cana.

De acordo com Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da entidade, a capacidade de moagem em 2014/2015 tende a ser semelhante à observada atualmente, de 3,6 milhões de toneladas por dia.

Para o diretor técnico da Unica, a próxima safra deve ter problemas, mais uma vez, com excesso de açúcar no mercado.

– A próxima safra terá um mesmo perfil de produção entre açúcar e etanol. Não vejo um incremento do açúcar em detrimento do etanol. Seria a mesma relação de produção. O que não deve ter grandes expectativas é o aumento do preço do açúcar no mercado internacional. O açúcar continua ofertado, continua com excedentes. Esse excedente deve reduzir no segundo semestre de 2014. A safra mundial começa em agosto, setembro, e pode haver reflexo no preço.

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