A safra brasileira de soja de 2018 deverá totalizar 112,4 milhões de toneladas, uma queda de 2,2% em relação à produção de 2017. Os dados são da primeira estimativa para 2018 do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de fevereiro, divulgado nesta quinta-feira, dia 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Apesar da expectativa de uma boa safra em 2018, o resultado deve ficar abaixo dos volumes alcançados em 2017, quando o clima extremamente favorável e os elevados investimentos nas lavouras proporcionaram safra recorde ao país”, diz a nota divulgada pelo IBGE.
Para a área plantada, o IBGE estima que a soja ocupará 34,6 milhões de hectares na safra atual, aumento de 1,8% em relação a 2017. “Com a cotação do milho em baixa durante o ano de 2017, a produção de soja voltou a ser mais atrativa aos produtores na primeira safra, com retomada de parte da área destinada ao milho 1ª safra em 2017”, diz a nota do IBGE. Com essas estimativas, a soja deve responder por aproximadamente 49,7% na produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2018.
A estimativa de rendimento médio aponta queda de 4,1%, podendo alcançar 3.253 kg/ha, conforme o IBGE. “Apesar do atraso no plantio, em consequência das chuvas tardias, as constantes chuvas ocorridas nos meses de dezembro e janeiro nos principais estados produtores têm favorecido o desenvolvimento da cultura.
No momento, as atenções se voltam para o período de colheita, quando podem ocorrer perdas em decorrência do excesso de precipitação nestas mesmas regiões”, diz a nota do IBGE.
Do ponto de vista regional, Mato Grosso deverá, novamente, liderar a produção nacional de soja, com participação de 27,3%, ou 30,7 milhões de toneladas. Houve um incremento de 1,1% na área plantada no estado, totalizando 9,4 milhões de hectares, enquanto o volume a ser colhido, em 2018, apresentou aumento de 0,8% em relação ao ano anterior, nas estimativas do IBGE.
Milho
De acordo com o IBGE, a safra de milho de 2018 deverá totalizar 85,8 milhões de toneladas, uma queda de 13,8% em relação à produção de 2017. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de fevereiro aponta para uma produção de 26,5 milhões de toneladas do milho de 1ª safra, queda de 14,7% ante 2017, respondendo por 30,9% da produção total. Já o milho de 2ª safra deverá produzir 59,3 milhões de toneladas, queda de 13,4% em relação a 2017.
“A queda das cotações do grão serviu como desestímulo ao plantio e à compra de insumos, o que pode comprometer a produtividade em diversas regiões”, diz a nota divulgada pelo IBGE.
Para a área plantada, o IBGE estima que a safra de milho ocupará cerca de 16,6 milhões de hectares, redução de 7,9% ante 2017. O milho de 1ª safra deverá ocupar 5,3 milhões de hectares de área plantada e área a ser colhida, reduções de 6,8% e 5,2%, respectivamente. Já o milho de 2ª safra deverá ter uma área plantada de 11,3 milhões de hectares e um rendimento médio 5.246 kg/ha, quedas de 8,4% e 6%, respectivamente.
“O atraso das chuvas no segundo semestre de 2017 ocasionou a prorrogação do plantio da soja e reduziu o período para a produção do milho segunda safra”, diz a nota do IBGE.