Consultor técnico do Soja Brasil lista três fatores que podem contribuir com a diminuição de custos em uma safra com renda apertada
Cada safra de soja apresenta um desafio. No ciclo 2013/2014, por exemplo, a lagarta Helicoverpa armigera causou problemas nas lavouras brasileiras. Na safra passada, problema com veranicos e os insetos mosca branca e falsa medideira prejudicaram a produtividade no país. Para 2015/2016, o primeiro grande entrave é garantir o lucro, já que as cotações do grão estão em patamares mais baixos em comparação com o ano passado.
Segundo a Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), esse ciclo será no limite da rentabilidade. Para ajudar o produtor na tomada de decisão, o consultor técnico do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, explica que um planejamento mais enxuto e com mais embasamento técnico pode reduzir os custos de produção em até 35%.
– Nas últimas safras, em função do bom preço da safra, houve alguns exageros dos produtores. Então é hora de apertar o cinto, fechar a torneira com embasamento técnico, ou seja, diminuir os custos sem comprometer os rendimentos das lavouras – comenta Lantmann, em entrevista ao Mercado & Companhia.
• Como planejar a safra 2015/2016?
O pesquisador listou três fatores que podem contribuir nessa economia: adubação, dessecação e controle biológico. Lantmann lembra que há métodos de controle biológico que geram custo-benefício, como a vespa Trichogramma spp [ao contrário do dito no vídeo, quando o consultor diz trichoderma, ele quis se referir a vespa].
– O número de dessecação pré-colheita é muito grande, não necessidade de se fazer. É uma prática que pode gerar perdas de até 4%. Outro fator, a escolha do adubo. O adubo hoje representa 40% dos custos de produção. Se o produtor tiver um solo fértil e realizar um uso racional do fertilizante, pode economizar até 20%, o que é muito significativo – orienta o pesquisador.
Confira a entrevista: