Nastari disse que efeitos combinados da estiagem prolongada que atingiu as regiões produtoras em 2011, falta de tratos culturais adequados e renovação tardia do canavial devem reduzir o processamento de cana. A estimativa é de que a moagem da próxima safra do Centro-Sul fique entre 460 milhões de toneladas e 515 milhões de toneladas.
? Se houver crescimento, será muito pequeno ? prevê.
A atual safra 2011/2012 está estimada em 490,38 milhões de toneladas de cana. Conforme o executivo, a renovação dos canaviais foi feita este ano em um nível abaixo do esperado, o que vai acabar impactando o próximo ciclo. A safra do Centro-Sul também deverá começar mais tarde, tornando a atual entressafra mais longa do que o esperado.
? Não teremos cana em março nem em abril de 2012. O maior volume ficará pronto para colheita apenas em maio ? afirma.
O consultor estima que a cana plantada neste final de ano apenas seja colhida em meados de 2013. Nastari informou também que, ao contrário do que aconteceu em 2010, quando as chuvas verificadas em setembro reduziram o rendimento industrial na produção de açúcar e etanol, as precipitações verificadas em outubro de 2011 acabaram elevando a produtividade industrial do setor.
Diante disso, a Datagro divulgou uma revisão de sua expectativa de produção de açúcar e etanol para o Centro-Sul em 2011/2012. Segundo Nastari, a produção de açúcar deve bater os 30,7 milhões de toneladas ante 30,13 milhões de toneladas estimados anteriormente. Já a produção de etanol deve ficar em 20,3 bilhões de litros ante 19,9 bilhões de litros da previsão anterior.
A região Centro-Sul responde por mais de 80% da produção nacional de cana. Segundo o presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Centro-Sul do Brasil (Orplana), Ismael Perina Junior, o desafio é aumentar a produtividade. O esperado para esta safra seria pelo menos 84 toneladas por hectare. Entretanto, foram produzidas 73 toneladas por hectares, o que representa uma quebra de mais de 20%.
? Nós temos pelos anos passados uma quantidade ainda grande de cana a ser reformada. Vai demorar talvez mais dois ou três anos pra se voltar a ter um canavial na idade ideal pra colheita ? aponta.
A previsão da indústria é otimista. Para o diretor da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, deve haver ganhos em breve.
? Esperamos que o próximo ano seja melhor do que este. A tendência é que a renovação dos canaviais aconteça de uma forma mais acelerada do que nos últimos anos e que com isso a gente possa ter ganho de produtividade de 10% em dois ou três anos ? opina.