Segundo o presidente da consultoria, Plínio Nastari, a região Centro-Sul, maior produtora do país, pode atingir 587 milhões de toneladas. As regiões Norte e Nordeste, serão responsáveis por outras 56 milhões de toneladas. O aumento das chuvas e o retorno dos 25% de mistura na gasolina devem antecipar a safra. Produtores do Centro-Sul também tendem a produzir mais etanol para suprir o Nordeste, cuja safra de cana foi prejudicada pela seca.
– As chuvas fizeram com que aumentasse as perspectivas de produtividade agrícola. Nos meses de abril e maio desse ano, a produtividade está 13,8% acima do mesmo período do ano passado – aponta Plínio Nastari.
Apesar de a produtividade da cana-de-açúcar estar em recuperação no Centro-Sul do Brasil, os custos não irão cair na mesma proporção em virtude dos preços mais altos para o frete de cana e de produtos finais. Os fretes mais caros devem-se, em parte, às leis da Balança e dos Caminhoneiros e ao reajuste dos combustíveis.
Com relação à produção de açúcar, é esperada uma produção de 40,7 milhões de toneladas. Já o etanol tem estimativa de 26,4 bilhões de litros. Para o presidente da Datagro, o país vive um bom momento, com a indústria a pleno vapor.
– Nós não estamos prevendo uma redução da moagem, mas deve ocorrer redução do volume de cana a ser moída no final da safra, quando a cana tem um rendimento mais baixa.
Segundo a consultoria, o cenário é positivo com o crescimento do consumo do álcool hidratado. Porém, há preocupação no campo com ataque de algumas pragas. Segundo Nastari, as infestações de broca e cigarrinha estão maiores do que no ano passado.
A consultoria informa, ainda, que a prioridade de produção ao longo da temporada deve se voltar ao etanol. Além dos preços baixos do açúcar, o câmbio desvalorizado aumenta a competitividade do biocombustível nacional em relação à gasolina e ao etanol importado.
A nova estimativa da consultoria mostra que 52,6% da oferta de cana será destinada à fabricação do biocombustível. Em março, a previsão era de que 51,5% da cana processada seria destinada à produção do biocombustível, acima dos 50,6% do ciclo 2012/13. A queda dos preços internacionais do açúcar explicam essa preferência, disse Nastari.