? Temos um mercado aquecido que já vem demandando mais combustíveis este ano e a gasolina acaba sofrendo mais pressão por conta desta falta de etanol ? comentou Lima, destacando que a safra deste ano teve uma redução na produção, o que acabou fazendo com que os preços estejam ainda 30% superiores ao do mesmo período no ano passado.
Segundo Lima, o consumo de gasolina verificado pela BR Distirbuidora no primeiro semestre foi 17% superior ao mesmo período em 2010. Em julho, este crescimento foi ainda maior por conta das férias escolares. A tendência, acredita, é de que estes níveis continuem altos por mais um período.
? É preciso lembrar que qualquer medida para aumentar a produção de etanol no país passa pela necessidade de plantar mais cana e isso é uma solução que demanda pelo menos mais dois ou três anos ? disse.
O presidente da BR ainda destacou que, relativamente, o preço da gasolina está mais barato do que o álcool na fonte. Ele lembrou que o litro do etanol tem saído em média a R$ 1,30 das usinas, enquanto o litro da gasolina sai por R$ 1,05 da refinaria.
? Ao valor da gasolina é acrescido o da mistura de anidro, além de impostos. E a tributação no Brasil para os combustíveis é alta, se assemelha mais à da Europa, onde os tributos chegam a 100% do valor do combustível, do que dos Estados Unidos, onde estes tributos são até baixos ? comentou, lembrando que o etanol tem subsídios e uma menor carga tributária.
De acordo com Andrade Neto, se se tratasse em equivalência energética, o etanol deveria custar 75% do preço da gasolina na fonte. Com este argumento ele rebateu críticas de consumidores que dizem que a gasolina aqui no País acaba sendo mais cara dos que nos Estados Unidos.
? Na verdade o chororô da Petrobras é exatamente o contrário: o de que estamos vendendo gasolina aqui mais barato do que no mercado internacional ? disse.
Reversão
Ainda segundo Lima, está havendo uma reversão da curva de consumo de GNV que estava em queda de 5% a 10% anualmente nos últimos quatro a cinco anos.
? Não dá ainda para dizer que o consumo está aumentando. Mas está caindo num ritmo mais lento do que nos anos anteriores e já começamos a ver o aumento no número de conversões de veículos que havia sido suspenso ultimamente ? disse.
Para ele, as incertezas geradas com relação à garantia de abastecimento num passado recente, além da necessidade de fazer investimentos no veículo para usá-lo com GNV é que contribuíram para afastar o consumidor do produto.
? Com a elevação do preço do álcool, a concorrência acabou ficando mais vantajosa e o consumidor está novamente voltando sua atenção para o GNV ? completou.