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DÉFICIT HÍDRICO

Safra de soja 2023/24 pode ter quebra de 8% a 25%, dependendo do estado

Irregularidade das chuvas é um dos fatores para a quebra, sendo relatada por todos os estados: alguns apontam seca, já outros, excesso

Desvalorização do milho e soja em Mato Grosso
Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural Mato Grosso

O setor produtivo vê quebra de 8% a 25% na safra brasileira de soja 2023/24, variando conforme o estado. A irregularidade das chuvas é um fator relatado em unanimidade por todos os estados, com déficit hídrico no Centro-Oeste e no Norte do país e excesso de chuvas na região Sul.

Em Mato Grosso, principal produtor do grão, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) estima perda de 15% a 17% na produção. 

“Há regiões com quebra de até 50% em virtude da redução de produtividade da safra da soja. Para a segunda safra de milho, o desenvolvimento da soja vai comprometer a janela de plantio”, disse o presidente da Famato, Vilmondes Tomain. 

Os números foram apresentados nesta quinta-feira (11), pelos representantes setoriais de cada estado na reunião extraordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Soja e da Câmara do Milho do Ministério da Agricultura para mensurar a quebra da safra.

No Paraná, a Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja-PR) estima queda de 18% a 25% na produtividade, com a safra saindo de 22 milhões de toneladas para 17,5 milhões de toneladas. “É uma quebra acentuada. A seca afetou o norte e noroeste do Estado. No sudoeste, que planta mais tarde, teremos ideia mais à frente”, afirmou o representante da Aprosoja-PR Mateus Moreira.

Em Goiás, a Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Faeg) projeta produção 10% a 15% menor nesta safra, de 17 milhões de toneladas para 15 milhões de toneladas. “Teremos os números consolidados na próxima semana na qual faremos expedição da safra”, afirmou Leonardo Machado, da Faeg. O cenário se repete em Mato Grosso do Sul, que vê queda de 14% no rendimento para cerca de 54 sacas por hectare e redução de 8% na produção.

No Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina relataram efeitos das chuvas torrenciais na produção. Vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Enori Barbieri observou que a safra do estado deve somar 2,5 milhões de toneladas ante 3 milhões de toneladas da temporada passada, queda de 15% entre as safras.

“Plantamos a safra com chuvas de 250 milímetros a 280 milímetros”, pontuou Barbieri. No Rio Grande do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Farsul) apresentou ao Ministério queda de 39% nas últimas duas safras, saindo para 11 milhões de toneladas na temporada 2022/23.

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