Depois de enfrentar veranicos na reta final do ciclo, os produtores mineiros comemoram uma safra quase perfeita
Henrique Bighetti | Uberaba (MG)
A safra de soja de Minas Gerais deve ser a maior já registrada na história do estado. As chuvas ajudaram no desenvolvimento das lavouras. Tudo caminha para a melhor safra nos últimos anos. Só que, neste momento, os agricultores estão atentos ao surgimento de pragas que podem causar perdas na fase final do ciclo produtivo do grão.
Nos últimos anos, o agricultor Matheus Grossi viu a produtividade da soja despencar na sua propriedade. Os fortes veranicos na fase de enchimento do grão prejudicaram o desenvolvimento nas últimas safras. Nesta temporada, o produtor rural está otimista. As chuvas chegaram na hora certa, e a produção deve ser 30% maior em relação ao ciclo passado.
– Não faltou chuva, nem na emergência da planta, no florescimento ou no enchimento de grão. Por enquanto, a nossa expectativa é muito boa – projeta.
Em Minas, a colheita da soja está começando. Nesta safra, a produtividade no estado deverá ser de 50 sacas por hectare, crescimento de 7% em relação ao ano passado. Mesmo com as boas notícias, o controle de pragas se faz necessário.
– O produtor precisa ficar atento nas próximas semanas é com o ataque da ferrugem asiática. Os produtores que fizeram o manejo preventivo vão se sobressair, mas aquele produtor que deixou de realizar as aplicações mais tarde, ele pode ter mais complicações – orienta o engenheiro agrônomo Fabrício Andrade.
De acordo com a Céleres Consultoria, na safra 2015/2016, Minas Gerais deve registrar um acréscimo de 3% na área de soja cultivada, totalizando 1,4 milhão de hectares. O estado deve produzir 4,3 milhões de toneladas do grão, uma alta de quase 11% em relação ao ciclo passado, um recorde para a produção mineira.
– No último ano, nós observamos uma alta muito significativa nos preços da soja por conta da desvalorização do real. Apesar da pressão externa e dos preços internacionais reduzirem, a gente acredita que os preços internos devem seguir firmes por causa da desvalorização do câmbio, o que incentivou o aumento de produção no início da safra e deve continuar beneficiando os produtores do estado – avalia Enilson Nogueira.
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