Safra de fumo supera projeções e alcança 720 mil toneladas na Região Sul

Números do Sindifumo apontam receita de R$ 3,8 bilhões do setorA produção das lavouras de fumo na safra 2007/2008 superou as projeções iniciais do setor e manteve o Brasil como o segundo maior produtor mundial. De acordo com números oficiais do Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), o volume total chegou a 720 mil toneladas nos três Estados do Sul do Brasil, numa área plantada de 354 mil hectares. A produção envolveu 182 mil produtores, que obtiveram uma receita de R$ 3,8 bilhões, em 730 municípios. A safra 2006/2007 chegou a 760 mil toneladas, graças

? O que ajudou é que aumentou um pouco a área plantada e importante é que o clima favoreceu para se ter uma produtividade normal e também uma qualidade que atendesse as necessidades dos clientes ? afirmou Iro Schünke, presidente do sindicato.

As projeções para a safra 2007/2008 apontavam, em agosto de 2007, uma produção de 703 mil toneladas. Em janeiro deste ano, com a expectativa de quebra da produção, principalmente nas áreas de plantio tardio, a projeção caiu para 678 mil toneladas. No entanto, isso não se confirmou e a compra do produto, encerrada junto às empresas do setor no início do mês de agosto, apontou para a comercialização de 720 mil toneladas, sendo 608 mil do tipo Virgínia, 100 mil de Burley e 12 mil de Galpão Comum. Deste volume, 50% foram produzidos pelo Rio Grande do Sul, 33% por Santa Catarina e 17% pelo Paraná.

Para a Safra 2008/2009, a expectativa é de um aumento no volume, com a produção de 760 mil toneladas, numa área a ser plantada estimada de 376 mil hectares. Este crescimento, conforme o Sindifumo, deve-se à boa remuneração da cultura na última safra e à demanda do mercado externo. O número de produtores na atividade, que se manteve estável nas últimas safras, também deve ter um pequeno acréscimo, chegando a 186 mil, em 730 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

O desafio dos produtores é conseguir manter o preço médio do quilo de fumo, que chegou a R$ 5,42 na atual safra. Segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afulma), isto vai ser possível se não houver um aumento da área plantada.

? Se o produtor planta, cada produtor planta a quantidade de mil pés, porque a gente sempre fala em mil pés mais do que em hectares com os produtores, se cada produtor ficar dentro da quantidade de mil pés plantados como na última safra, certamente nós, de novo, vamos ter uma produção onde vai mandar a demanda e não a oferta. Nós não podemos ter mais oferta do que o mercado precisa ? explica o presidente da entidade, Benício Werner.

Exportações

Depois do recorde histórico conquistado em 2007, quando 700 mil toneladas de fumo foram exportadas, gerando uma receita de US$ 2,2 bilhões (FOB), o setor fumageiro projeta um bom desempenho para 2008. A expectativa é de 650 mil toneladas sejam embarcadas até o final do ano, com um faturamento de US$ 2,6 bilhões (FOB), mantendo o país como o maior exportador de fumo em folha do mundo. Os principais mercados do fumo brasileiro são a União Européia, Extremo Oriente, América do Norte e Leste Europeu e ainda alguns países da África, Oriente Médio e América Latina.

? No ano passado tivemos uma exportação maior porque foi exportado grande parte daquele fumo que havia ficado no estoque de 2006. Agora, este ano, a gente vai exportar um pouco menos em toneladas, em volume, mas a gente realmente espera uma melhora nos preços que as empresas conseguiram com os clientes e exportar um volume maior em dólares ? explica Schünke.