O clima seco em diversas áreas deve reduzir a produção global de cacau neste ano, avaliou nesta segunda-feira, dia 29, a Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês). Conforme a entidade, os 12 maiores produtores, que englobam países como Costa do Marfim, Indonésia e Equador, iniciaram 2016 sofrendo as consequências do El Niño e do harmattan, ventos fortes que atingem a África Ocidental.
A expectativa para 2016 é de que essas nações produzam 4,154 milhões de toneladas da amêndoa, 1,8% menos na comparação com 2015 e inferior também ante as 4,230 milhões de toneladas projetadas inicialmente. O déficit esperado para este ano é de 113 mil toneladas.
Para o Brasil, a ICCO cortou em 20 mil toneladas a estimativa de safra 2015/2016, para 210 mil toneladas. “Todas as regiões produtoras do País sofreram com a seca, e a produtividade deve ser baixa pelo menos até junho”, destacou a entidade. O Brasil reveza com Camarões o posto de quinto maior produtor global da commodity. Neste ano, o país africano deve colher mais, com um total estimado pela ICCO de 230 mil toneladas de cacau, volume ligeiramente menor na comparação anual.
Em relação a outras nações, a ICCO projetou produção de 200 mil toneladas para a Nigéria, acima das 195 mil toneladas de 2015, mesmo com a seca que atingiu a região. A Indonésia, por sua vez, deve reportar uma safra 20 mil toneladas menor, num total de 300 mil toneladas.
Na América Latina como um todo, a produção deve ser 13% menor, chegando a 650 mil toneladas, com destaque para o Equador, que deve registrar queda de 8%, para 230 mil toneladas.