Safra de grãos deve alcançar recorde histórico de 219 milhões de toneladas, diz Conab

Previsão está no quinto levantamento da safra 2016/2017, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento nesta quinta, dia 9

Fonte: Luiz Henrique Magnante/Embrapa

A produção de grãos para a safra 2016/2017 está estimada em 219,1 milhões de toneladas, um aumento de 17,4% ou 32,5 milhões de toneladas frente à safra anterior, de 186,6 milhões tonaeladas. A previsão está no 5º Levantamento da safra 2016/2017, divulgado nesta quinta-feira, dia 9, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A estimativa positiva se deve à produtividade média das culturas, em recuperação da influência negativa das condições climáticas da safra passada. A área total também tem números positivos, com perspectivas de ampliação em 2,1% ou 1,2 milhão de hectares, quando comparada à safra anterior, podendo chegar a 59,5 milhões de hectares. Esse é o primeiro prognóstico de área que incluiu as culturas de segunda safra.

Para a soja, a projeção é de crescimento de 10,6% na produção, podendo atingir 105,6 milhões de toneladas, com aumento de 10,1 milhões de t em relação à safra anterior, com ampliação de 1,6% da área. O milho total deve atingir 87,4 milhões de toneladas, sendo 28,8 milhões de toneladas para a primeira safra e 58,5 milhões para a segunda. A ampliação de área total do milho deve ultrapassar os 11 milhões de hectares.

Demais culturas

Pela primeira vez, a Conab apresenta estimativa desagregada de produção de arroz cultivado nos sistemas sequeiro e irrigado, além dos números da expansão da irrigação no Brasil e sua importância na safra de grãos, com informações da Agência Nacional de Águas (ANA). A previsão total de arroz é de 11,9 milhões de toneladas, um aumento de 11,9% frente a safra anterior, com 1,1 milhão de t de sequeiro e 10,8 milhões de irrigado.

O feijão primeira safra deve obter 1,4 milhão de toneladas, resultado 36,7% superior à safra passada, sendo 861,6 mil para o tipo carioca, 319,4 mil para o preto e 232,5 mil t para o caupi. Já o algodão pluma deve crescer 10,3% e chegar a 1,42 milhão de toneladas, mesmo com uma redução de 4,5% na área cultivada. O maior cultivo de soja é o que ocasionou a redução nas áreas do algodão e do arroz, o que não ocorreu com as demais culturas de primeira safra.

IBGE

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de janeiro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou o levantamento para a estimativa de safra em 2017. O órgão, por sua vez, estima uma safra recorde de 221,4 milhões de toneladas em 2017, um avanço de 20,3% em relação à produção de 2016, quando totalizou 184 milhões de toneladas. 

Milho
  
Segundo o órgão, o Brasil deve colher uma safra recorde de 88,014 milhões de toneladas de milho em 2017, um aumento de 38,9% em relação a 2016. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de janeiro.

A estimativa da produção do milho 1ª safra é de 29,663 milhões de toneladas, um aumento de 22,0% em relação ao ano anterior. A área a ser colhida deve crescer 12,3%, enquanto o rendimento médio será 8,6% maior. 

Segundo o IBGE, os preços mais rentáveis do produto na época do plantio incentivaram os produtores a aumentarem a área plantada e investirem em tecnologia. “Uma parcela considerável de produtores aumentou a área plantada de milho de primeira safra, coisa que não vinha ocorrendo nos anos anteriores”, lembrou Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenação de Agropecuária do IBGE. 

O clima mais chuvoso nos principais estados produtores também ajuda no aumento do rendimento médio. Minas Gerais, com uma produção de 5,636 milhões de toneladas, Rio Grande do Sul, com 5,567 milhões de toneladas, e Paraná, com 4,400 milhões de toneladas, são os três maiores produtores da 1ª safra de milho, responsáveis por 52,3% do total a ser colhido nessa época.

No caso do milho de segundasafra (safrinha),  a estimativa da produção está em 58,352 milhões de toneladas, alta de 49,5% em relação a 2016. A área a ser colhida deve crescer 9,2%, enquanto o rendimento médio aumentará 36,9%, em decorrência das expectativas de um ano mais chuvoso, especialmente no Cerrado. 

“O milho 2ª safra sofreu muito no ano passado com a seca. Agora, com o clima melhor, parte dos produtores de soja anteciparam a colheita. Em torno de 30% da oleaginosa já está colhida em Mato Grosso. Então esse milho vai pegar um clima mais chuvoso, com chance de ter uma produção muito melhor, é uma janela de plantio mais favorável”, avaliou Guedes. 

Soja

De acordo com o levantamento do IBGE, O Brasil deve colher uma safra recorde de 107,039 milhões de toneladas de soja em 2017, um aumento de 11,8% em relação a 2016. “É a primeira vez que o País está passando a barreira dos 100 milhões de toneladas de soja”, disse Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenação de Agropecuária do IBGE. “Os principais Estados produtores estão estimando crescimento expressivo. A colheita já está em andamento. Mato Grosso tem uma parcela razoável que foi colhida e a produtividade realmente tem sido muito boa”, acrescentou.

Mato Grosso tem produção estimada em 29,875 milhões de toneladas, um avanço de 13,7% em relação a 2016. No Paraná, a safra deve totalizar 18,524 milhões de toneladas, alta de 10,1% e novo recorde para o Estado. No Rio Grande do Sul, o plantio está praticamente finalizado, e a produção deve ser de 16,379 milhões de toneladas, 1,1% superior a 2016. 

O Nordeste prevê um aumento de 84,8% na produção de soja este ano, após as perdas decorrentes da seca em 2016. A Bahia mostra aumento de 5,0% na área a ser plantada e avanço de 42,6% no rendimento médio, o que deve gerar uma produção de 4,812 milhões de toneladas. 

No Piauí, o aumento da área plantada, as chuvas e a baixa incidência de pragas indicam crescimento de 229,7% na produção de soja, que pode alcançar 2,124 milhões de toneladas. Na direção oposta, Minas Gerais espera uma queda de 5,1% na produção, devido ao veranico no noroeste do Estado e à opção de muitos produtores pelo plantio do milho.