O Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, manteve a previsão de colheita recorde para a safra 2014/2015, apesar das chuvas da primeira quinzena de julho terem prejudicado a qualidade do milho segunda safra e provocado perdas na produção de trigo.
A expectativa é de que a colheita de grãos totalize 38,3 milhões de toneladas, um aumento de 7% em relação à temporada passada. O volume considera os resultados da safra de verão, segunda safra e safra de inverno.
– O desenvolvimento das lavouras em campo, que são o milho de segunda safra e o trigo, ainda poderá surpreender para o bom ou para o ruim – diz o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni.
O levantamento deste mês revisou positivamente a segunda safra de milho em 300 mil toneladas, para 11 milhões de toneladas, alta de 6% ante 2014. Caso confirmado, a produção deste ano será a maior da história.
Cerca de 31% da área ocupada com milho da segunda safra – 1,9 milhão de hectares – já foi colhido, e o restante está exposto aos riscos trazidos pelas chuvas. A região oeste, onde o plantio do milho é intenso e sofreu com o clima, metade da área foi colhida, enquanto a outra está exposta a riscos. Apesar disso, a previsão de colheita foi mantida em 4,7 milhões de toneladas.
Na região norte, afirma o Deral, as chuvas não prejudicaram a qualidade do grão, pois as lavouras de milho estão com desenvolvimento atrasado.
A previsão para a safra 2015 de trigo foi mantida pelo governo paranaense. As projeções indicam que o plantio deve atingir 1,3 milhão de hectares e a colheita deve chegar a 4 milhões de toneladas.
Quase 98% da cultura foi semeada, mas a chuva atrasou os trabalhos no centro-sul. Na área plantada, metade das lavouras está em fase de enchimento dos grãos, mas exposta a doenças.
Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, nesta fase ainda não há como quantificar possíveis perdas porque o atraso região centro-sul pode compensar quedas de produtividade que talvez ocorram na região norte.
Antes das chuvas, 96% das lavouras estavam em boas condições e 4%, médias. No último levantamento feito pelo Deral, 85% das lavouras estão em boas condições, 14% em estágio médio e 1%, ruim.