O COPAAERGS apontou novamente para o resfriamento das águas do oceano pacífico na altura do equador, o que caracteriza o fenômeno La Niña, a exemplo do que aconteceu na safra passada.
? Isso aponta para a possibilidade de redução das chuvas especialmente no mês de novembro e dezembro, que seria a caracterização de um leve fenômeno La Niña, mas isso é apenas uma tendência. Ano passado havia essa tendência, que acabou não se confirmando, pelo contrário, as chuvas foram normais e até acima do normal em alguns meses e produziu uma excelente safra no RS. A nossa expectativa é a melhor. Nós esperamos que aconteça isso novamente, que a chuva seja normal e que tenhamos uma belíssima safra ? relata o secretário adjunto da Agricultura do Rio Grande do Sul, Cláudio Fioreze.
E os produtores estão com essa mesma expectativa, de manter a produção em alta como na safra 2011/2011.
? Continuamos acreditando naquela expectativa que vem muito da sensibilidade dos técnicos e dos próprios agricultores, essa interação e diálogo que existem. Talvez não seja a mesma safra do ano passado, afinal é muito difícil repetir, ainda mais com todas aquelas condições ótimas, climáticas principalmente. Mas do ponto de vista do agricultor eu acho que ele fez de tudo pra que isso ocorresse ? afirma o gerente técnico estadual da Emater, Dulphe Pinheiro Machado Neto.
Nas culturas de feijão e milho o plantio já está em quase 40%. E a implantação das lavouras acontece em um momento de incertezas na economia mundial.
? Mas apesar disso, principalmente com os produtos no caso da soja e do milho tem uma boa expectativa. Quando você tem uma rentabilidade melhor, a tendência é sempre de o produtor aplicar uma melhor tecnologia, na expectativa de ter uma colheita melhor lá no final ? ressalta o economista da Fecoagro, Tarcísio Minetto.
Segundo a Federação das Cooperativas Agrícolas do Estado (Fecoagro), quase a metade dos produtores ligados às cooperativas adiantou a compra de insumos. Isso representa uma vantagem nos custos de produção, já que o dólar subiu pelo menos 15%.
? Aqueles produtores que não adquiriram insumos tenham feito um aumento de custo também neste contexto da questão do câmbio chegando na casa de R$ 1,80 a R$ 1,85. Aqueles produtores que anteciparam com certeza terão um custo menor na formação da lavoura na temporada de verão 2011/2012. Nós estamos iniciando o plantio da safra de verão com uma incerteza maior em relação ao ano passado no mesmo período. Mas apesar disso, principalmente com os produtos no caso da soja e do milho tem uma boa expectativa ? conclui Minetto.