Responsável por 39,89% da produção nacional, o Sul é a área mais prejudicada pelo clima, com diminuição de 10,2% da produção, estimada agora em 53,52 milhões de toneladas. No Centro-Oeste, a safra será de 48,04 milhões de toneladas (-4,8%), no Sudeste 16,77 milhões de toneladas (-3,8%), no Nordeste 11,95 milhões de toneladas (-4,9%) e na região Norte 3,87 milhões de toneladas (-4,3%).
Das 14 culturas avaliadas pela Conab, apenas o arroz registra crescimento. Com mais de 80% da colheita concluída, a produção será de 12,74 milhões de toneladas, um recorde nacional. O melhor resultado até então foi registrado no ciclo passado, com 12,06 milhões t. Já a produção de feijão se mantém estável em 3,52 milhões de toneladas.
? Mesmo diante de todas as adversidades climáticas, o Brasil vai colher a segunda maior safra da história. Estamos mantendo um crescimento de mais de 60% nos últimos 10 anos ? diz o presidente da estatal Wagner Rossi.
Segundo ele, a produção é suficiente para garantir o abastecimento interno e também para manter aquecidas as exportações agrícolas do país.
A cultura mais prejudicada pelo clima é o milho. A produção nacional do cereal deve cair de 58,65 para 49,88 milhões de toneladas, diminuição de 15%. Somente no Sul, a safra do cereal será 6,13 milhões de toneladas menor que a anterior. Já no Nordeste as chuvas frustraram as previsões de índices recordes de produtividade para estados como o Ceará. Ainda assim, a colheita do grão crescerá 6,8% na região, totalizando 4,69 milhões de toneladas.
As lavouras de soja também serão reduzidas em 4,8%, passando de 60,02 para 57,14 milhões de toneladas. O Estado que mais sofreu com a queda foi o Paraná, que concluiu a colheita em 9,51 milhões de toneladas (-20,1%).
A estatal projeta um volume recorde nas exportações de soja em grãos. Pela primeira vez o país deve atingir a marca de 25 milhões de toneladas, cerca de 500 mil toneladas a mais que no ano passado. Outras 12,8 milhões de toneladas deixarão o país em forma de farelo. Já o mercado interno deve consumir 34,6 milhões de toneladas em grãos e 12 milhões de toneladas de farelo de soja.
O Brasil também exportará 8 milhões de toneladas de milho e outras 45 milhões de toneladas do cereal serão consumidas pela indústria nacional. Ao final da safra, o estoque será de 9,14 milhões de toneladas.
Para realizar a pesquisa, a Conab enviou a campo 72 técnicos, entre os dias 18 e 22 de maio. Eles entrevistaram agricultores, agrônomos, cooperativas, secretarias de agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural e agentes financeiros nos principais municípios produtores do país.