No entanto, os técnicos observaram que “devido à incerteza sobre a comercialização”, em algumas regiões a superfície é inferior à esperada. “Em áreas de grande influência, como Tandil e Tres Arroyos (na província de Buenos Aires), com excelentes condições de umidade, a implantação só chega a cobrir 1,11 milhão de hectares, bastante similar à superfície do ano passado (1 milhão de hectares), e em níveis muito abaixo da cobertura média dos anos 2004 a 2008, de 1,4 milhão de hectares” informou a bolsa de Rosario, onde se encontra o maior complexo agroexportador do país.
Analistas e produtores afirmam que os controles do governo sobre a exportação e os preços do trigo impedem o aumento do cultivo. O governo da presidente Cristina Kirchner restringe as exportações argentinas desde 2006 para tentar garantir o abastecimento doméstico com preço estável. Porém, o valor do pão e derivados tem subido ao compasso da inflação anual de 25%, conforme estimativas privadas. Para o governo, a inflação anual é de 9,7%.
Até a última quinta-feira, as estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires eram de uma área cultivada de 4,6 milhões de hectares. A instituição ainda não projetou o rendimento da safra, enquanto o Ministério de Agricultura projeta uma superfície de 4,7 milhões de hectares e uma produção em torno de 16 milhões de toneladas. Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país produziria 15 milhões de toneladas.