No total, devem ser produzidos 22,38 milhões de toneladas, um acréscimo de quase 4,5 milhões de toneladas em relação à safra passada, que foi de 17,9 milhões de toneladas. O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, afirma que as perspectivas são de recuperação.
Embora a área plantada com soja seja a maior da história, as estimativas ainda não apontam para um recorde na produção do grão. A previsão é que o Estado colha 14,99 milhões de toneladas – abaixo do recorde estadual, registrado na safra 2010/2011, quando foram colhidos no Paraná 15,34 milhões de toneladas.
– Não podemos falar ainda em safra recorde de soja porque vai depender do clima – disse Ortigara.
As lavouras de grãos de verão ocuparão uma área de 5,67 milhões de hectares, praticamente a mesma da safra anterior. Desse total, 4,56 milhões de hectares deverão ser cultivados com soja – um avanço de 4% sobre a área ocupada na safra passada. As demais culturas dividirão o restante da área e terão redução no plantio. A área de milho será 13% menor; a de feijão cairá 12% e de arroz, 4%.
Clima
As previsões climáticas indicam que no segundo semestre deste ano haverá o retorno da corrente El Niño, o que aponta para um final de inverno e início de primavera com chuvas regulares, e um pouco mais de chuva durante o verão.
– Se houver uma combinação de clima favorável com o uso adequado de tecnologia, a tendência é termos bons resultados – afirma o secretário.
Segundo ele, o aumento na área plantada com soja está relacionado à rentabilidade e do menor risco climático da cultura.
– O produtor fez as contas, analisou as influências do clima sobre as culturas e concluiu que nesta safra a soja seria a melhor opção – avaliou.
Retorno
Este ano, o preço médio da soja – impulsionado pela quebra da safra norte-americana – subiu cerca de 76%, em relação à média dos preços pagos ao produtor no ano passado. No Paraná, o valor oscilou R$ 41,15 por saca em 2011 para R$ 72,60 este ano.
Por conta dessa elevação, cerca de 20% da safra a ser plantada já foram comercializadas – percentual três vezes maior do que o registrado na mesma época do ciclo passado (6%).
MILHO – A área plantada com milho cai de 980,2 mil hectares plantados na safra passada para 851,9 mil hectares, uma redução de 128 mil hectares na primeira safra.
Com isso, a produção esperada para a safra 2012/13 é de 6,83 milhões de toneladas, um incremento de 4% (290 mil toneladas) em relação à safra de verão anterior, que resultou numa colheita de 6,54 milhões de toneladas. O preço médio da saca de milho subiu 20% este ano, em relação ao ano passado, avançando de R$ 22,23 em 2011 para R$ 26,60 este ano.
FEIJÃO – O feijão da primeira safra também apresenta queda na área plantada, da ordem de 12%, devendo cair de 247,5 mil hectares plantados na safra 2011/2012 para 217,3 mil hectares na safra 2012/2013. A produção poderá ter um aumento de 9%, devendo avançar de 347,8 mil toneladas na safra passada para 378,4 mil toneladas nesta safra, se não houver problemas de clima como aconteceu na temporada passada.
Os preços do feijão, assim como os demais grãos, estão animadores para os produtores. O preço médio pago ao produtor subiu de R$ 61,81 a saca em 2011 para R$ 96,43 a saca em 2012, um aumento de 56%.
SAFRA 2011/2012 – Ortigara fez uma avaliação da safra de grãos 2011/2012,que está se encerrando. Segundo ele, apesar da quebra de safra no início deste ano – provocada por uma seca que reduziu lavouras de soja, milho e feijão -, a produção agrícola do Paraná se recuperou e as perdas em relação à safra passada somaram cerca de 1%.
O volume de produção de grãos de verão e inverno da safra 2011/2012 somou 31,5 milhões de toneladas, cerca de 400 mil toneladas a menos que na safra anterior (10/11) que somou 30,95 milhões de toneladas.
– Foi um ano bem delicado por causa da estiagem que prejudicou a safra de verão e felizmente houve recuperação com a safrinha de milho que deve atingir 10,5 milhões de toneladas – acrescenta Ortigara.
A estiagem que aconteceu no início deste ano provocou uma quebra de 19% na produção de grãos de verão em relação ao ano anterior, sendo a lavoura que mais perdeu foi a soja. O volume de soja colhido este ano do Paraná foi 29% menor.