As lavouras do Paraná devem se espalhar por 5,6 milhões de hectares. A área é praticamente a mesma da safra anterior para as principais culturas, que são a soja, o milho e o feijão. No entanto, a perspectiva de um verão mais seco do que o normal e de preços melhores para a soja pode influenciar na decisão do que plantar. E a soja pode ganhar ainda mais espaço.
O Estado deve plantar uma área 3% maior com o grão em relação ao verão passado. A previsão da Secretaria é chegar a 4,5 milhões de hectares. O feijão também deve ter a sua área ampliada em 8%, atingindo 345 mil hectares. Mas, a produção de grãos do Paraná deve ser menor neste verão. Isso porque a soja rende até 50% menos que o milho, que, por sua vez, deve ter a área reduzida em até 15% este ano.
O agricultor Álvaro Pereira de Souza, de Rolândia, no norte do Estado, não plantou milho no verão passado, mas, dos 600 hectares dedicados à soja em 2009, vai semear 75 hectares com milho este ano. Ele está preocupado com a rotação de culturas, importante para a saúde do solo. Souza diz que o mercado manda mais na decisão de plantio do que a rentabilidade da lavoura:
? O certo era a gente plantar o milho e depois soja, mas como o milho não tem preço, a soja é um produto mais seguro. A rotação de culturas, de três anos pra cá, caiu e, com isso, a soja perde em torno de 10% em produtividade.
Outra preocupação dos agricultores é o fenômeno La Niña, que pode trazer um verão mais seco do que o normal. Na próxima semana, o Sindicato Rural de Londrina vai promover um seminário com pesquisadores da Embrapa e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) sobre a influência do clima seco na decisão de plantio da safra de verão, que começa agora.