Nas estradas que cortam o Estado de Goiás, BRs e rodovias estaduais, o movimento cresce a cada dia, na medida em que avança a colheita dos grãos. Na grande maioria, são carretas carregadas com soja e um pouco de milho da última safra. Em alguns pontos, o trânsito é lento. É o caso da BR-060, que liga Mato Grosso do Sul a Brasília. A rodovia passa por obras e a quantidade de veículos complica o tráfego.
O movimento, que já é intenso nas estradas com a supersafra, não deve diminuir tão cedo. A safrinha do milho deverá superar a expectativa e produzir um grande volume de grãos. No ano passado, o clima colaborou para a cultura. O município de Jataí (GO), segundo maior produtor do grão no país, teve uma produtividade de 120 sacas por hectare.
– A média normal é de 90 sacas por hectare. Tivemos a melhor safrinha no ano passado – relembra o produtor Alceu Ayres Moraes.
Neste ano, o agricultor plantou 150 hectares de milho. O cultivo iniciou no começo de janeiro. Até agora, o clima vem ajudando. Se chover na fase de enchimento de grãos, a produção será novamente significativa.
O cenário de comércio exterior, no entanto, difere de 2012, quando o Brasil enviou ao exterior 18 milhões de toneladas de milho, praticamente o dobro da média histórica. Em 2013, os Estados Unidos devem recuperar o mercado externo e provocar queda nas vendas brasileiras. A estimativa é de que sobre milho no mercado interno, o que gera dificuldade de armazenagem, de escoamento e preços mais baixos pagos aos produtores.
O produtor Alceu Moraes aponta que o custo do transporte está mais alto também. O frete, por exemplo, custa o dobro em relação ao ano passado.
– Levar um milho de Jataí para o porto vai sair de R$ 8,00 a R$ 10,00 por saca.
O transporte do milho na safrinha começa no final de junho. Até lá, a obra na BR-060 deve estar avançada. Já nos rodovias estaduais, o secretário de Agricultura de Goiás, Flávio de Lima, afirma que o governo vem agindo para diminuir as perdas dos produtores.