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Saiba quais são os prós e contras da soja não-transgênica

Grão pode ter diversas vantagens para o produtor rural e desperta cada vez mais o interesse de mercados internacionais

Fonte: Luiz Henrique Magnante/Embrapa

Apenas 10% da safra brasileira de soja são cultivados com sementes convencionais. Mas tudo pode mudar. Isso porque a China tem mostrado interesse no grão. Antes de plantar, é importante comparar as opções de cultivares disponíveis no mercado e saber quais são os prós e contras do cultivo. 

Uma iniciativa da Embrapa e Aprosoja divulga cultivares de soja convencional. Apesar do custo de produção maior, o produtor consegue melhor remuneração pela soja não-transgênica. Os produtores rurais que visitam a Farm Show de Primavera do Leste, em Mato Grosso, podem comparar as opções de cultivares disponíveis no mercado. 

Cada empresa que participa da vitrine tecnológica do evento tem uma pequena lavoura experimental. Entre os expositores está o programa Soja Livre, criado há oito anos pela Aprosoja e Embrapa. O objetivo é oferecer opções além das transgênicas, como a RR e Intacta. 

“A cultivar convencional vai ser uma opção para controle, principalmente de plantas daninhas resistentes na lavoura, resistentes ao glifosato, a tecnologia transgênica. O convencional vai servir muito bem neste manejo para permitir uma rotação de princípios ativos de herbicidas pra controlar estas plantas daninhas resistentes”, aponta o coordenador do programa, Wininton Mendes da Silva. 

A soja convencional, que representa apenas 10% da safra do Brasil, também é indicada para o controle de outras pragas, como os nematoides. O custo é maior que o de uma lavoura transgênica, mas o investimento pode valer a pena. Alguns clientes, como os europeus, só compram soja não-transgênica. 

“R$ 2 a mais por saca produzida para a soja convencional. Ela é um pouco mais cara paro produtor. Mas pensando na viabilidade de mercado, no preço que vai conseguir, que este ano variou de R$ 8 até R$ 30 a mais por saca, é uma conta que permite o produtor ter aumento da receita”, destaca Wininton. 

Nesta semana, representantes dos países que formam a Aliança Internacional dos Produtores de Soja – da qual o Brasil faz parte – estiveram reunidos na China e ouviram das empresas e do governo local que vai crescer a demanda por soja convencional no país. Os chineses vão investir na produção interna de soja não-transgênica, mas também devem aumentar a importação do produto nos próximos anos.

Mas a soja convencional também exige maior planejamento do produtor para não haver contaminação com algum material transgênico. O analista da Embrapa Bruno Souza Lemos acredita que muito depende da estrutura e tecnologias implantadas. 

“Eu posso abrir uma safra, plantar este material precoce e começar uma colheita já com o meu maquinário todo limpo, caminhões limpos, para entregar um material sem esta contaminação”, diz. 

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