Estudo realizado pela Conab na safra 2017/2018 leva em consideração a receita bruta e o custo operacional investido. Entenda a conta e confira os meses que mais geram vendas!
Daniel Popov, de São Paulo
Um estudo realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que o produtor brasileiro conseguiu uma rentabilidade com a soja na safra 2017/2018 de 49,57%. A conta leva em consideração o custo de produção e a receita bruta obtida. Veja abaixo como a conta foi realizada.
Para chegar a este número a entidade considerou a diferença entre a receita bruta (valor total recebido com a soja) da produção nacional de R$ 137,1 bilhões e o custo operacional investido (valor gasto para conseguir a receita bruta), de aproximadamente R$ 91,7 bilhões. O resultado é uma receita líquida de R$ 45,4 bilhões. Ou seja, o produtor investiu R$ 91,7 bilhões, pagou isso, e ainda ganhou livre 49,5% deste montante.
Segundo o estudo, o bom resultado da soja pode ser explicado em parte pelo valor de comercialização do grão, comparado com a gestão dos custos. “Se por um lado o produtor encarou um aumento na hora dos gastos com o plantio, por outro o preço da oleaginosa no mercado também esteve em patamares maiores. Assim, as despesas iniciais foram superadas pelos valores obtidos na hora da comercialização”, afirma a Conab.
Região Sul é a que mais lucra
Levando em consideração a mesma conta, a região Sul é q que registrou maior rentabilidade no país. Por lá, a diferença entre a receita bruta de R$ 48,3 bilhões e o custo de R$ 19,1 bilhões, gerou uma receita líquida de R$ 29,2 bilhões, ou seja, 65,4% de rentabilidade.
“No Paraná, a maior parte da receita é em março, abril e maio, enquanto, no Rio Grande do Sul, prevalecem os meses de abril, maio e junho. Os preços recebidos pelo produtor evoluíram positivamente em nível bem superior aos dos custos de produção”, afirma a Conab.
O Nordeste vem logo na sequência com uma receita bruta de R$ 13,5 bilhões e o custo de R$ 4,85 bilhões, fato que gerou uma receita líquida de R$ 8,69 bilhões, ou seja, 55,8% de rentabilidade.
“A Bahia e o Maranhão têm o maior volume de receita no mês de abril, enquanto no Piauí, o mês de março gerou a melhor receita. Cabe observar que os preços recebidos pelos produtores da Bahia e do Maranhão tiveram aumento superior ao incremento dos custos. No Piauí, o fenômeno ocorre no mês de março. Esses fatos, somados ao volume comercializado, explicam os resultados”, diz.
O Sudeste fechou o ano safra 2017/2018 com uma receita bruta de R$ 10,2 bilhões e um custo de R$ 3,24 bilhões, com isso a receita líquida foi de R$ 7,03 bilhões, ou seja, 46,08% de rentabilidade.
“Tanto em São Paulo quanto em Minas Gerais, o incremento dos preços recebidos pelo produtor superam o aumento dos custos de produção. Na região, os meses de março e abril concentram a melhor geração da receita”, conta a Cona.
O Centro-Oeste possui uma das piores rentabilidades entre as regiões. Por lá, a diferença entre a receita bruta de R$ 58,3 bilhões e o custo de R$ 16,4 bilhões, gerou uma receita líquida de R$ 41,8 bilhões, ou seja, 39,2% de rentabilidade.
“Mato Grosso além de ser o maior estado produtor da região e do Brasil, os preços recebidos têm evolução positiva superior ao incremento dos custos. Cabe destacar que os meses de janeiro, março, abril e maio são os que geraram as melhores receitas. O Mato Grosso do Sul tem a maior comercialização nos meses de janeiro, fevereiro, abril e maio; e Goiás, nos meses de março, abril, maio e agosto. Nesses dois estados, o aumento dos preços recebidos são superiores ao custo de produção da soja.”
Por fim, vem a região Norte, com uma receita bruta de R$ 6,5 bilhões e um custo de R$ 1,74 bilhões, com isso a receita líquida foi de R$ 4,81 bilhões, ou seja, 36,17% de rentabilidade.
“Na região Norte, as melhores receitas são do Pará e Tocantins, e a concentração do resultado é no mês de março/18. Cabe observar que, nesse período, os preços pagos cresceram em menor percentual que os preços recebidos em todos os estados da região.”