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Saída dos EUA do Transpacífico pode beneficiar soja brasileira

Além da relação soja/milho sinalizar vantagem à soja, a forte demanda (sobretudo da China) para 2017 é outra variável que corrobora a expectativa

Fonte: Embrapa/divulgação

Tradicionalmente, a especulação em torno do tamanho da nova safra de soja e milho nos EUA é bastante elevada no início do ano, por ser este o período de compra dos insumos. Para isso, é utilizada no país a relação entre os preços da soja (nov) e do milho (dez) na CBOT. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), desde o final de 2015 a soja tem apresentado “vantagem” de aumento de área se comparada ao milho, já que a relação se apresenta acima do padrão, de 2,1, com a média no início de fevereiro sendo de 2,4. 

Em novembro de 2016, o USDA divulgou uma estimativa preliminar, que já sinalizou a expectativa de aumento anual de 0,73 milhão de hectares na área de soja da safra 2017/18, e no dia 16 de fevereiro o Departamento divulgará o Outlook 2026, trazendo sentimentos mais concretos para a nova safra de soja nos EUA. Além de a relação soja/milho sinalizar vantagem à soja, a forte demanda (sobretudo da China) para 2017 é outra variável que corrobora a expectativa.

Alterações substanciais

Os indicativos de que o ano de 2017 será um marco de grande mudança político-econômica mundial estão cada vez mais fortes, com a saída dos EUA do acordo Transpacífico (TPP) sendo um deles. Mas, o que o Brasil tem a ver com isso? Nas duas últimas safras (2014/2015 e 2015/2016) dos EUA foi observado um volume exportado de soja em grão na ordem de 15% aos países-membros da TPP, em virtude, sobretudo, dos benefícios tarifários dentro do grupo. 

Enquanto que no Brasil, neste mesmo comparativo, as exportações a estes países atingiram apenas 2%. Em detrimento a isso, percebe-se que a “dependência” das exportações brasileiras pelo mercado chinês é maior, cerca de 75% do total exportado, se comparado às exportações norte-americanas. 

A saída dos EUA da TPP pode abrir uma janela de oportunidade ao Brasil, no entanto, isso deve ser observado com cautela, principalmente no que tange à dinâmica brasileira com o mercado internacional.

Por enquanto, as projeções ainda não se concretizam, com quedas pontuais. Em Mato Grosso, o preço da soja em grão fechou a semana com queda de 5,36% e média de R$ 58,01 a saca. A maior oferta do grão no mercado, aliada à desvalorização das cotações na CBOT e no câmbio, pautou a movimentação das cotações internas.

Veja outros indicadores do Imea:

– O dólar atingiu a menor cotação em três meses e encerrou com média de R$ 3,15/US$, com recuo de 0,82%. A influência ainda se dá pela conjuntura internacional.

– A CBOT (mar/17) teve perda de 2,10% e média de US$ 10,30/bushel. Mesmo com os ganhos ao longo da semana, a queda acentuada na segunda-feira teve maior impacto.

– A colheita de soja em Mato Grosso registrou avanço semanal de 14,28 p.p., atingindo o acumulado de 30,53%, o que demonstra significativo adiantamento em relação às últimas safras no estado. 

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