As exportações do setor atingiram US$ 7,03 bilhões (decréscimo de 8,6%), para importações de US$ 2,69 bilhões (recuo de 22,5%).
As importações paulistas nos demais setores – exclusive os agronegócios – somaram US$ 20,02 bilhões, para exportações de US$ 12,32 bilhões. O resultado foi um déficit externo desse agregado de US$ 7,70 bilhões nos primeiros seis meses do ano.
Conclui-se que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário não fosse o desempenho dos agronegócios estaduais, dizem os pesquisadores José Sidnei Gonçalves, José Roberto Vicente e Sueli Alves Moreira de Souza.
As cadeias de produção do agronegócio paulista apresentaram saldos comerciais decrescentes (para US$ 4,80 bilhões) em relação ao primeiro semestre de 2008 (US$ 4,90 bilhões). Esses indicadores são menores quando se considera toda amplitude das transações setoriais, cujo saldo aumenta de US$ 4,22 bilhões nos primeiros seis meses de 2008, com os US$ 4,34 bilhões em igual período de 2009. Essa queda deriva da continuidade, ainda que menor, do déficit na balança comercial de bens de capital e insumos de US$ 0,68 bilhão em 2008 para US$ 0,46 bilhão em 2009.
Os pesquisadores do IEA ressaltam que os bens de capital e os insumos são fundamentais para a modernidade da produção nacional, notadamente os fertilizantes, nos quais têm elevada dependência externa.
Entretanto, na maioria das vezes não são considerados nas análises do comércio exterior setorial, levando a saldos superestimados.
Os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio paulista foram cana e sacarídeas (US$ 2,48 bilhões); bovídeos/bovinos (US$ 1,04 bilhão); frutas (US$ 877 milhões); produtos florestais (US$ 817 milhões); e cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 503 milhões). Esses cinco agregados representam 81,2% das vendas externas setoriais paulistas.
As exportações de cana e sacarídeas apresentaram crescimento de 39,7%, comparadas às do primeiro semestre de 2008. Em seguida, aparecem flores e plantas ornamentais (5,2%) e olerícolas (0,3%). Por sua vez, houve redução nas demais, em especial bovinos/bovídeos (36,4%), têxteis (35,5%), bens de capital e insumos (34,0%), suínos e aves (28,5%), pescado (17,7%) e frutas (16,8%).
Quando se compara os resultados das exportações do agronegócio paulista no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, apenas os produtos semimanufaturados apresentaram aumento (31,3%). A queda ficou por conta dos manufaturados (16,1%) e dos básicos (19,6%). Os produtos manufaturados apresentam a maior participação nas vendas externas (53,7%), atingindo US$ 3,78 bilhões no primeiro semestre.
No âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio foram cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 11,25 bilhões), cana e sacarídeas (US$ 3,77 bilhões), produtos florestais (US$ 3,47 bilhões), bovídeos/bovinos (US$ 3,40 bilhões) e suínos e aves (US$ 3,28 bilhões). Essas cadeias totalizam 77% das vendas externas dos agronegócios brasileiros.