Foi oficializado nesta segunda, dia 14, as datas no qual os produtores de soja não poderão manter plantas vivas em suas lavouras sanitário
Daniel Popov, de São Paulo
O estado de Santa Catarina passará a adotar o período de vazio sanitário para a soja a partir do próximo ano. Então na temporada 2018/2019 os sojicultores de lá não poderão manter plantar de soja em seus campos do dia 15 de junho a 15 de setembro, segundo a Portaria SAR n 18/2017, publicada nesta segunda, dia 14, pela secretaria de agricultura do estado.
Agora são 12 estados e o Distrito Federal que adotam o vazio sanitário e cinco estados que estabeleceram calendarização para a semeadura.
Ainda segundo a Portaria, segundo a calendarização de Santa Catarina, fica proibido o cultivo da soja em Santa Catarina de 11 de fevereiro a 14 de setembro. O secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, destaca que o vazio sanitário foi estabelecido após ampla discussão envolvendo a Secretaria da Agricultura, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e representantes do setor produtivo catarinense. “A medida traz mais segurança para os produtores catarinenses e protege as lavouras da ferrugem asiática, que pode comprometer todo cultivo”, ressalta.
O que é o vazio sanitário
O vazio sanitário é o período de no mínimo 60 dias sem plantas vivas de soja no campo (cultivadas ou voluntárias). No Brasil, agora são 12 estados e o Distrito Federal que adotam o vazio sanitário, estabelecido por meio de normativas estaduais. De acordo com a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja, o vazio sanitário visa reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra.
“O fungo que causa a ferrugem-asiática é biotrófico, o que significa que precisa de hospedeiro vivo para se desenvolver e multiplicar”, explica Claudine. “Ao eliminarmos as plantas de soja na entressafra “quebramos” o ciclo do fungo, reduzindo assim a quantidade de esporos presentes no ambiente”, diz.
Calendarização da semeadura
A calendarização da semeadura da soja é estabelecida também por normativas estaduais e está vigente nos seguintes estados: Goiás, Mato Grosso,Paraná, Santa Catarina e Tocantins. A medida determina data-limite para semear a soja na safra. Seu objetivo é reduzir o número de aplicações de fungicidas ao longo da safra e com isso reduzir a pressão de seleção de resistência do fungo aos fungicidas.
Para Claudine, as semeaduras tardias de soja podem receber inóculo [esporos (“sementes”) do fungo] já nos estádios vegetativos, exigindo a antecipação da aplicação de fungicida e demandando maior número de aplicações. “Quanto maior o número de aplicações, maior a exposição dos fungicidas e maior a chance de acelerar o processo de seleção de populações resistentes a esses fungicidas”, explica.