Santa Catarina estuda transportar milho por ferrovia para reduzir custo logístico

Segundo o governo estadual, o preço do grão em Santa Catarina é até R$ 10 superior ao reportado nas principais regiões produtoras

Fonte: Jarlei Cortese/Arquivo Pessoal

Com o objetivo de atender à demanda de produtores de aves, suínos e bovinos, o governo do estado de Santa Catarina estuda a possibilidade da utilização de ferrovias para transportar o milho de outras regiões do país. Santa Catarina é o maior estado produtor de suínos e segundo maior na produção de aves, e o déficit de milho é estimado em três milhões de toneladas. Segundo o governo estadual, o preço do grão no estado é até R$ 10 superior ao reportado nas principais regiões produtoras.

Nesta terça, dia 1°de março, o governador Raimundo Colombo e o vice-governador Eduardo Pinho Moreira se reuniram com o presidente da Rumo/ALL, Júlio Fontana, com técnicos e representantes do setor agropecuário para discutir o projeto. Inicialmente, ele prevê que o milho seja carregado em Goiás ou em Mato Grosso e descarregado em Lages. De lá, o cereal seria transportado para indústrias e granjas catarinenses pela malha rodoviária. De acordo com estudos iniciais, o cereal percorreria 600 quilômetros pelas rodovias e até 2,3 mil km em vagões de trens.

O milho representa mais da metade dos custos de produção de aves e suínos. O secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, afirmou, em nota, que “mesmo em tempos difíceis, as agroindústrias continuam investindo, ou seja, a demanda por milho só vai aumentar”.

“Nós somos reconhecidos por nossa excelência sanitária e nossos produtos podem ser comercializados nos mercados mais exigentes do mundo, esse é um grande diferencial de Santa Catarina”, salienta Sopelsa.

Júlio Fontana, presidente da Rumo/ALL, entretanto, alertou que ainda é necessário realizar análise técnica sobre a condição da malha ferroviária. Uma nova reunião deverá ser agendada para tratar das questões técnicas e de custos para a revitalização da ferrovia.