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Santa Catarina quer R$ 80 milhões do governo federal para combater efeitos da seca

Estado demorou para solicitar ajuda contra os efeitos de estiagem que já contabilizam 440 milhões em prejuízosO governo de Santa Catarina vai pedir R$ 80 milhões ao governo federal para construção de mil açudes de médio e grande portes e de 1,3 mil poços artesianos em propriedades rurais do Estado. Na próxima segunda, dia 16, o secretário estadual da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, vai se reunir com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, para tratar das ações emergenciais nas regiões atingidas pela seca.

De acordo a Defesa Civil, 73 municípios já decretaram estado de emergência por causa da estiagem. Mais de 65 mil propriedades rurais foram atingidas. Além disso, a estimativa de perdas com a seca soma, até o momento, R$ 440 milhões. A lavoura de milho é a mais prejudicada pela falta de chuvas. As produções de soja, feijão, leite, frutas e hortaliças e a pecuária também foram afetados.

Mendes Ribeiro Filho também vai solicitar ao governo federal a criação de uma linha de crédito de emergência para os produtores atingidos pela estiagem e a prorrogação de prazos para pagamentos de dívidas do crédito rural para os agricultores atingidos, transferindo parcelas de 2012 vencidas ou que ainda irão vencer para o final dos contratos, ou por no mínimo um ano. O crédito subsidiado será destinado à construção de 13,2 mil açudes, reservatórios de água da chuva e 26,4 mil cisternas e reservatórios de água para consumo na propriedade.

O governo federal deve anunciar, na sexta, dia 13, medidas emergenciais para os produtores rurais da Região Sul afetados pelo longo período de seca. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os Estados mais prejudicados pela falta de chuva, além de alguns municípios do Paraná.

Atraso catarinense

Mesmo com açudes secando e lavouras torrando no Estado por falta de chuva, as autoridades de Santa Catarina praticamente desapareceram de Brasília (DF) nas últimas duas semanas. Somente três dias após a presidente Dilma Rousseff encomendar um pacote contra a estiagem, o governador Raimundo Colombo desembarca na capital federal para negociar a ajuda.

A apatia catarinense na corrida para garantir recursos da União para reduzir os efeitos da estiagem, que já colocou 73 cidades do Estado em situação de emergência e gerou perdas estimadas em R$ 440 milhões, contrastou com a mobilização de parlamentares, secretários e ministros gaúchos durante a semana.

Com acesso franqueado ao gabinete de Dilma, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ingressou no debate que esculpiu o pacote antisseca somente nessa quarta, dia 11. Enquanto isso, o gaúcho Mendes Ribeiro Filho e a paranaense chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, capitaneavam desde segunda, dia 9, a força-tarefa interministerial incumbida de apresentar ações para minimizar os prejuízos dos agricultores do Sul.

Dos 17 parlamentares de Santa Catarina, apenas o deputado Valdir Colatto (PMDB) interrompeu as férias para pressionar o governo federal. Na manhã dessa quarta o peemedebista se reuniu com Mendes Ribeiro para pedir a liberação imediata de recursos para distribuir água nas propriedades castigadas pelo fenômeno La Niña. Apesar do aceno de que os produtores rurais catarinenses serão auxiliados, Colatto ouviu o ministro se queixar da falta de informações sobre os prejuízos do Estado.

Rio Grande do Sul e Paraná estão correndo atrás e nós estamos parados – reclamou Colatto.

Diante da inércia de Santa Catarina, o coordenador da bancada gaúcha, deputado Paulo Pimenta (PT), passou a semana circulando pelos gabinetes da Esplanada em busca de dinheiro para sua base eleitoral. Na terça, dia 10, o petista arrancou de Mendes Ribeiro o compromisso de que o governo gaúcho seria autorizado a usar R$ 18 milhões repassados em 2011 e que não haviam sido gastos. Enquanto isso, o líder da bancada catarinense, Edinho Bez (PMDB), se encontrava em viagem pela Europa.

Ainda que tenha liberado R$ 1,370 milhão para as cidades atingidas, o governo Colombo enviou mensageiro a Brasília somente dois dias após a assinatura do decreto de situação de emergência. O secretário estadual da Defesa Civil, Geraldo Althoff, priorizou a apresentação de projetos de prevenção contra enchentes. Segundo ele, os dados catarinenses sobre a seca haviam sido encaminhados ao Planalto na última semana. Não foi o que se ouviu em Brasília. Em reunião nessa terça, Gleisi reclamou para os colegas da ausência de informações.

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