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A história de São Gabriel do Oeste é parecida com a de outras cidades da região central do Brasil. Algumas famílias que deixaram o sul do país desafiaram o inóspito Cerrado. Com coragem, disposição e ajuda da tecnologia, conseguiram transformá-lo em terra produtiva e valiosa. Em pouco mais de três décadas desde sua emancipação, o município se tornou um dos maiores produtores de grãos do Estado e também uma referência na produção de suínos e avestruzes.
A cidade que nasceu às margens da BR-163 cresceu e se transformou em um dos principais polos agrícolas de Mato Grosso do Sul. Terra com pouco mais de 22 habitantes, que vivem sob um dos mais elevados índices de desenvolvimento humano do Estado. Terra de gente como o produtor rural Evandro Luis Biazus, filho de pioneiros da região.
Apesar de não viver na época em que as primeiras famílias chegaram à região, Evandro conhece bem a história da agricultura de São Gabriel do Oeste. Depois da frustração com lavouras de café e arroz, os produtores, em meados da década de setenta, apostaram na soja. O pai de Evandro começou plantando 100 hectares. Hoje, a família cultiva 2 mil hectares entre áreas próprias e arrendadas. Esta expansão revela o que aconteceu em São Gabriel do Oeste. O município é apontado como o maior produtor de soja em Mato Grosso do Sul. São mais de 260 mil toneladas do grão a cada safra. Nas lavouras de milho não é diferente, a produção chega a 104 mil toneladas, principalmente durante a safrinha.
Mas não é apenas na produção de soja e milho que o município se destaca. Aliás, foi justamente por causa da elevada oferta de grãos que muitos produtores começaram a diversificar suas propriedades rurais. Entrou em cena a suinocultura e a cidade se tornou uma referência no assunto. Se tornou o maior produtor de suínos no Estado e um dos principais da região Centro-Oeste, com mais de 2 mil leitões abatidos por dia.
Hoje, 95% dos produtores são integrados, mas ainda há algumas granjas, como a do produtor rural Zélio Antônio Pessatto, outro pioneiro em São Gabriel do Oeste. Ele faz o chamado ciclo completo: planta soja, milho, cria e engorda animais. Tem 1,1 mil matrizes. O produtor, porém, reclama dos elevados custos que estão complicando a vida dos suinocultores da região.
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Uma das vantagens de Zélio é trabalhar ao lado dos filhos. Omar Antônio Pessatto é um deles. Além de atuar na granja, é um dos diretores da maior cooperativa da região. Ele resume bem o perfil de São Gabriel do Oeste.
– Aqui há plantação de soja, milho e criação de suínos. São Gabriel do Oeste é o maior polo de suínos, e na agricultura são cerca de 130 mil hectares. Aqui, pode-se dizer, somos privilegiados, estamos ao lado do Pantanal. A chuva é boa, geada é raro. Estamos num lugar bem propício para agricultura – diz Omar.
Além dos grãos e da suinocultura, o município se destaca também na criação de avestruzes. Por ano, são produzidas pelo menos 5 mil cabeças. Diante de tantas – e bem sucedidas – atividades agropecuárias, não restam dúvidas que São Gabriel do Oeste é considerada uma das mais importantes regiões produtoras de Mato Grosso do Sul. Uma terra de gente que superou os desafios e transformou o Cerrado em um celeiro de alimentos.
O Projeto Soja Brasil é uma realização do Canal Rural, da Aprosoja Brasil e do Senar Mato Grosso, com coordenação técnica da Embrapa. O fórum de São Gabriel do Oeste conta com o apoio regional de Senar Goiás, Senar Mato Grosso do Sul, Aprosoja-MS e Famasul. O patrocínio é da Basf, da Mitsubishi Motors e da Monsanto.
