São Martinho caminha para destinar 15% da cana para produtos químicos

Volume entre 1,5 e 2 milhões de toneladas serão dedicados à produção de etanol industrial e outras especialidades químicas, como o sal sódico do ácido ribonucleicoO Grupo São Martinho caminha para destinar até 15% de sua produção de cana-de-açúcar para especialidades químicas produzidas a partir da molécula de carbono contida na cana. Fábio Venturelli, presidente do Grupo São Martinho, afirma que da capacidade instalada da empresa, de 14,5 milhões de toneladas de cana, um volume entre 1,5 e 2 milhões de toneladas serão dedicados à produção de etanol industrial e outras especialidades químicas, como o sal sódico do ácido ribonucleico (RNA), e outros deriva

Segundo o executivo, cerca de 500 milhões de toneladas de cana já são utilizadas para a produção do RNA, utilizado principalmente como realçador de sabor dos alimentos pela Omtek, empresa da São Martinho, localizada ao lado da Usina Iracema, no interior paulista.

Além disso, a partir de 2012, cerca de 1 milhão de toneladas de cana de um total de 8,5 milhões de toneladas produzidos na Usina São Martinho, em Pradópolis, irão abastecer a produção das especialidades químicas na SMA Indústria Química, a joint venture formada entre o São Martinho e a Amyris. A SMA está sendo implantada ao lado da Usina São Martinho e a expectativa é de que a pedra fundamental seja colocada até o dia 31 de março de 2011.

? Queremos estar com a unidade em funcionamento até o segundo trimestre de 2012 ? disse Venturelli.

Para ele, a expansão da utilização de cana para a produção de especialidades químicas é um passo importante para provar que a molécula de carbono pode produzir produtos com muito mais valor agregado que o etanol.

? A cana vai além do etanol e seus derivados podem ser utilizados como componente de uma gama de produtos renováveis ? disse.

A produção inicial da joint venture entre São Martinho e Amyris está praticamente vendida para empresas como Procter & Gamble, na área de bens de consumo, M&G, produtora mundial de garrafas PET, e Soliance, da área de cosméticos. No primeiro ano de produção, em 2012, a expectativa é a produção de 30 milhões de litros de farneseno, especialidade química que tem o nome comercial de Biofene, e que pode ser utilizada para a produção de produtos como detergentes, cosméticos, perfumes, lubrificantes industriais e diesel de cana. A empresa iniciará suas atividades com a produção de produtos de maior valor agregado.

A SMA terá investimentos de US$ 50 milhões, divididos em partes iguais pelo São Martinho e Amyris. Segundo Venturelli, o projeto está dentro do prazo e a joint venture anunciou, nesta semana, a contratação da CNEC WorleyParsons para gerenciar a construção. A empresa também obteve licença emitida pela agência ambiental do Estado de São Paulo. A Amyris trabalha no projeto de engenharia da unidade de produção junto com a CH2MHill.