? A gente precisa desenvolver sementes resistentes, por exemplo, para que o produtor tenha de gastar cada vez menos com defensivos ? diz.
Os pesquisadores podem descobrir qual variedade rende mais em determinada região e desenvolver culturas que se adaptem às condições específicas de solo e clima.
Os cafeicultores, em suma, apostam na potencialidade de um mercado que não para de crescer. Nove em cada dez brasileiros com idade a partir dos 15 anos bebem café pelo menos uma vez por dia.
A água é a única bebida mais consumida. Bebe-se mais café que refrigerante, por exemplo. E não se trata de um hábito limitado aos lares. Cresce substancialmente o consumo de café instantâneo, descafeinado cappuccinos, e orgânicos. As panificadoras, cafeterias, bares, lanchonetes e restaurantes já criaram, pelas estimativas do segmento, 6 mil empregos de barista (especialista no preparo do café espresso ou drinks à base de café).
? O grão, a cada dia, ganha importância social ? afirma Sampaio.
Os representantes da indústria do café também apostam no aumento do consumo interno para reverter um irônico paradoxo do setor. De acordo com Nathan Herszkowicz, presidente da Câmara Setorial do Café, o setor nunca exportou tanto. Só em dezembro de 2008, o Brasil mandou para fora nada menos que 3,2 milhões de sacas. Nunca, na história, se exportou tanto. Em compensação, o preço interno não muda há quatro anos.
? O café continua muito barato, e gera uma rentabilidade muito pequena ao produtor ? afirma.
É mais uma razão, a seu ver, para se buscar abastecer o mercado com um grão diferenciado.