A produção de vinhos no Estado mal chega a cinco milhões de litros, quantidade considerada pouca pelo mercado. Em pelo menos 20 municípios do Estado, tem muita gente envolvida nesta atividade, seja na produção de uva de mesa, na produção de sucos ou no enoturismo, que é o turismo específico deste setor. O que se pretende agora é estruturar melhor toda a cadeia para aumentar a produção, fortalecendo a atividade.
De funcionário de uma vinícola, Olivardo Saqui virou produtor e empresário. Faz quatro anos que ele começou a plantar uvas na região e hoje ele tem um hectare próprio e outros dois terceirizados para fazer o vinho que serve no restaurante português, o investimento que surgiu da uva.
? O pessoal que vinha para comprar o meu produto começou a me pedir algo que eu pudesse servir para acompanhar a degustação do vinho. Foi quando eu comecei a fazer o bolinho de bacalhau.
A produção, o mercado, o futuro da vitivinicultura no Estado de São Paulo são discutidos pelo menos quatro vezes no ano pela Câmara Setorial de Uva e Vinho. Instalada pela Secretaria de Agricultura do Estado em 2008, a Câmara tem representantes dos produtores, de instituições de pesquisa, da indústria, do comercio e do governo. Um dos assuntos da reunião desta quinta-feira em São Roque foi a reestruturação da cadeia produtiva em todo o Estado, que já foi um dos maiores produtores do país. A intenção é que o trabalho comece pelos pequenos, como o Olivardo Saqui.
? Hoje a gente está trabalhando pela formalização dos trabalhadores, para que seja profissional, tenha rentabilidade, tenha viabilidade e qualidade também. O produto tem que ter o apoio do governo e nós somos o braço desta situação. Nós podemos, além da formalização, também melhorar a qualidade e tecnologia deste pessoal ? explica o presidente da Câmara, Cláudio Góes.
A idéia estimula ainda mais o Olivardo, que depois de montar o restaurante, tem agora outros planos, que também dependem da uva.
? A minha idéia futura é ter uma pousada. Uma pequena pousada.