Em São Paulo, renda do camponês cresceu bem acima da média nacional, aponta Ipea

Aumento da renda no campo foi importante para suavizar a condição de pobreza extrema na população rural, afirma presidente da entidadeApesar de concentrar apenas 5,5% da população nas zonas rurais, bem abaixo da média nacional de 15,6%, o Estado de São Paulo registrou crescimento da renda per capita no campo acima da média brasileira, em 2009, no comparativo com 2001. O aumento foi 35,6%, superando a taxa de crescimento da renda nas cidades paulistas (8,5%) e brasileiras (23,5%).

Os dados constam do estudo Situação Social nos Estados – São Paulo, divulgado nesta terça pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann.

De acordo com o estudo, no entanto, quando somadas as rendas per capita rural e urbana, verifica-se que o ritmo de crescimento foi inferior ao constatado na Região Sudeste e em nível nacional. Enquanto no Brasil o ganho médio passou de R$ 511,5 em 2001 para R$ 637,7 em 2009 (alta de 23,5%), na Região Sudeste o valor subiu de R$ 647,5 para R$ 759,5 (alta de 17,3%) e no estado de São Paulo de R$ 738,2 para R$ 806,9 (alta de 9,3%).

– Nós observamos que o aumento da renda no campo foi muito importante para suavizar a condição de pobreza extrema na população rural. Também foi importante a queda do desemprego e o aumento da transferência de renda para as famílias de uma maneira geral, que permitiram a elas ter uma renda acima da linha de miséria – disse Pochmann. A classificação de extrema pobreza foi dada àqueles que têm renda per capita inferior a R$ 67,07.

Em 2001, 4,2% dos paulistas eram considerados extremamente pobres, percentual que caiu, praticamente, à metade, atingindo 2% em 2009. No Sudeste, passou de 5,6% para 2,3%, enquanto, no país, caiu de 10,5% para 5,2%. O economista alertou, no entanto, que a modernização da atividade agrícola, com máquinas que substituem a mão de obra não qualificada, mantém a tendência de aumento do desemprego rural.

O estudo foi feito com base em levantamentos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de outras fontes que registram indicadores sociais.

No que se refere à taxa de desemprego, no entanto, a queda foi inferior à média da região e do país, passando de 10,8% para 9,3%. Na Região Sudeste decresceu de 10,5% para 8,6% e, no Brasil, de 9,2% para 8,2%. Segundo Pochmann, no período entre 2008 e 2009, houve um agravamento na situação do emprego, com a taxa passando 7,8% para 9,3%.