Forte em vários Estados do Nordeste, como Bahia, Sergipe e Alagoas, a companhia de Sergipe esteve mantendo conversações com a Sara Lee, 3Corações, Bunge e Cosan nos últimos dois meses.
Passadas as reuniões iniciais, as negociações agora giram em torno do preço dos ativos da empresa e da marca. O mercado chegou a especular que a Maratá valeria R$ 1 bilhão.
Há quem considere o número estratosférico e há, ainda, quem diga que a conta não é tão simples assim, uma vez que, além da divisão de café, a Maratá também atua no mercado de refrescos, temperos, gelatinas, chás, achocolatados e fumo. Contudo, o que mais interessa à Sara Lee e à 3Corações não é o conjunto de cinco fábricas que a Maratá reúne em Sergipe e na Bahia, mas o peso de sua marca de café no Nordeste e seu eficiente sistema de distribuição.
A Sara Lee, por exemplo, detém duas unidades industriais: uma em Jundiaí, em São Paulo, e outra em Salvador, Bahia. Já a 3Corações, de Eusébio, Ceará, tem sete fábricas no Brasil.
Hoje, o Grupo 3Corações lidera o mercado nordestino de café industrializado, seguido pela Maratá e, em terceiro, pela Sara Lee.
A Maratá é um negócio estratégico, seja para a 3Corações ? que poderia usá-la para proteger o mercado nordestino de concorrentes ? seja para a Sara Lee ? que poderia fortalecer a presença na região. Essa, aliás, foi a estratégia usada pelos americanos para avançar no Sul do país.