No Rio Grande do Sul, as lavouras de soja precoces — cultivadas em outubro — sofreram danos irreversíveis e a produção nelas deve sofrer uma quebra de 30%, afirma o diretor da 3Tentos, Luiz Osório Dumoncel. A empresa dá suporte na comercialização e industrialização de grãos a 16 mil produtores gaúchos e tem acompanhado o drama vivido pelos agricultores. “Essas cultivares estão sofrendo, porque estão na base de formação de vagem e não apresentam a qualidade esperada”, relata.
A situação só não é mais grave porque, segundo Dumoncel, essas lavouras apresentam cerca de 20% da produção. “De 70% a 80% ainda estão em fase vegetativa e a expectativa ainda é boa, se as chuvas se regularizarem com a chegada da frente fria na semana que vem”, afirma.
A região de Ijuí, por exemplo, recebeu chuvas nesta terça e quarta, o que deixou produtores esperançosos. “O pessoal está com perspectivas de que novas chuvas virão, que o padrão climático mudará”, diz.
- Colheita da soja começa no Paraná, mas produtor registra 30 sacas por hectare
- Sete estados já registram casos de ferrugem asiática na soja
Infelizmente, Dumoncel afirma que a projeção de safra recorde já foi descartada, devido às perdas, principalmente na metade norte do Rio Grande do Sul. “A metade sul está com condições razoáveis, porque recebeu mais chuvas”, relata.
O diretor da 3Tentos diz que o produtor gaúcho vem se conscientizando sobre a importância de garantir preços e gastos. “Vemos boa parte dos agricultores já com seus custos travados. Mas, nesta situação, quem não fez está segurando as negociações até ter uma melhor definição da lavoura”, conta.