Já são 20 dias de seca exatamente no momento em que o grão mais precisa de água, que é na fase de formação e enchimento das vagens.
O agricultor de Cristalina, em Goiás, Osmar Artiaga, plantou 500 hectares do grão, mas confessa que não vai conseguir nem cobrir os custos da produção porque, segundo ele, além de prejudicar o desenvolvimento das plantas, a seca também favorece o ataque de algumas pragas.
– As plantas estão morrendo e o ataque de praga foi intensificado. O controle fica prejudicado e o abortamento de vagens aumenta. A cada dia que retarda a chuva, o prejuízo vai aumentando e temo que as perdas cheguem a 100% – diz o produtor.
Segundo engenheiro agrônomo e coordenador de Agropecuária da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Rafael Fleury, o grande número de lavouras de soja com sementes de ciclo curto agrava ainda mais a situação.
– Um fator complicador é que o produtor, com receio em relação a ferrugem asiática, tem optado por plantar variedades de ciclo curto e ciclo médio para evitar a doença. No caso de uma variedade de ciclo longo, evita mais uma ou mais duas aplicações de fungicida para controle da ferrugem asiática. O que acontece? O veranico em janeiro pega essas lavouras exatamente no momento em que necessita mais água, que é no momento de enchimento dos grãos e isso acaba acentuando o problema – explica.