Uma confirmação desse cenário sustentaria os já altos preços internacionais ao longo das próximas semanas, com a possibilidade de superar US$ 13 por bushel na Bolsa de Chicago. Além de garantir a rentabilidade da safra que está sendo colhida neste momento, essa situação também tem beneficiado a fixação dos preços para a temporada 2012/2013. As cotações para a safra que começará a ser plantada apenas em setembro estão mais altas que um mês atrás.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já prevê volume menor que 70 milhões de toneladas. Neste mês, estimou 69,22 milhões de ton para 2011/2012, mas várias consultorias ainda avaliam o impacto climático para revisar seus números. Em 2010/2011, a produção brasileira foi recorde, com 75,3 milhões de toneladas colhidas.
O Rio Grande do Sul contabiliza até o momento quebra de 2,3 milhões de toneladas em relação à expectativa inicial e de 3,7 milhões ante a produção de 2010/2011. A Emater calcula que a safra atingirá 8 milhões de toneladas, mas alerta que o excesso de calor tem afetado a floração e prejudicado a qualidade do grão. Diante disso, consultorias já se preparam para reduzir ainda mais a expectativa de produtividade do Estado, que ainda não iniciou a colheita.
– A maior parte da soja foi plantada em novembro e dezembro no Rio Grande do Sul. Se chovesse em fevereiro, alguma coisa poderia ser recuperada. Mas não foi o que aconteceu e o nosso número para a safra do Brasil deve ser revisado para cerca de 70 milhões de toneladas, com perspectiva de chegar a 68 milhões, ante expectativa inicial de 74,8 milhões de ton, se não chover no Estado nos próximos 15 a 20 dias, explicou Felipe Prince, analista da Agrosecurity.
De acordo com o analista, a produtividade da soja gaúcha deve ser rebaixada de 33,3 sacas por hectare para cerca de 30 sacas.