Produtores da região norte de Mato Grosso que tiveram mais de 70% das lavouras de milho segunda safra comprometida pela seca estão recorrendo ao seguro para amenizar os prejuízos. Alguns municípios, inclusive, já estão entrando com pedido de estado de emergência por conta da situação.
Para o produtor rural Régis Adriano Porazzi, a expectativa na colheita é de menos da metade dos seis mil quilos por hectare previstos. Ele fez investimento em tecnologia, boa cobertura de solo, cultivou dentro da janela de plantio considerada ideal, mas o clima desfavorável comprometeu os planos.
“Aqui deve ficar entre 2 mil a 2,5 mil quilos r hectares, o que não paga nem o que investiu. Apostar no agronegócio tem dessas dificuldade. No meu caso, por exemplo, a última chuva foi por volta de 10 de março e não choveu mais, o que deixa o desenvolvimento da cultura muito aquém do que se imaginava”, disse o produtor.
A sorte de Régis é que ele contratou um seguro e com ele será possível amenizar o prejuízo, que pode chegar a 80% nos 500 hectares plantados. “Eu já acionei o seguro. Agora vou ver a produtividade que vou ter e depois eles fazem uma vistoria, que é repetida na colheita. Em cima disso, por volta de 80% será ressarcido, mas estou tentando buscar os 100% dos meus investimentos”, relatou.
Outra preocupação do produtor são os contratos feitos antecipadamente, que correspondem a 30% da produção. “Já fomos falar antecipadamente com as empresas estamos tendo entendimento com elas, mas sabemos que assinamos um contrato e estamos extremamente apreensivo com o futuro, porque se não cumprirmos esse contrato teremos que buscar esse milho no mercado a um preço muito aquecido”, disse.
Emergência
O produtor não é o único a enfrentar problemas de perdas de produtividade na lavoura e dificuldades para cumprir contratos. O presidente do Sindicato Rural de Tapurah, Silvesio de Oliveira, diz que há muitas áreas castigadas pela seca e a quebra no município deve chegar a 30%. “O clima acabou prejudicando e foi determinante. As chuvas terminaram mais cedo do que realmente acontece e afetaram essas áreas plantadas mais tarde”, falou.
Diante da situação, o sindicato já pretende entrar com o pedido de estado de emergência, o que poderia agilizar o auxílio aos produtores. “ Vários municípios da região pediram estado de emergência. Nós vamos marcar uma reunião dos produtores com o prefeito e as autoridades do município para discutir esse assunto”, completou