Pasto amarelado, gado magro, plantações de diversas culturas secas. Assim é o cenário das terras argentinas a poucos quilômetros da fronteira com a cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Localizada em uma das regiões mais castigadas pelo fenômeno La Niña, a estância Timboy, em Monte Caseros, a 400 quilômteros de Buenos Aires, já calcula os prejuízos. O capataz da propriedade, Ricardo Passarella, diz que, dos 230 hectares de soja plantados normalmente em setembro, neste ano, só foram semeados cem.
? Ainda nem sabemos se vamos colher nesta área porque a planta está pouco desenvolvida para a época devido à seca ? diz Passarella.
Com um olho na lavoura e outro nas cotações das bolsas internacionais, o agricultor Pedro Margutti, 60 anos, acompanha animado o desenvolvimento dos 200 hectares de soja, em Bozano, no noroeste gaúcho. A expectativa de Margutti é superar as 59 sacas por hectare colhidas no ano passado.
Levantamento da Emater aponta que o plantio de soja no Rio Grande do Sul está quase finalizado. O desenvolvimento das áreas já plantadas é considerado normal. Por hora, a seca afeta só a região sul. Nessa segunda, dia 3, o município de Herval decretou situação de emergência.