– O ideal na produção é você, quando atingiu pela primeira vez 15% de umidade, colher. Nós, este ano, não tivemos ainda estas oportunidades. Onde trabalhamos e fizemos uma análise, a umidade era extremamente baixa. Além do mais, o desenvolvimento das plantas foi extremamente pequeno. Temos uma perda extremamente elevada no pós-colheita. Ou seja, a colheitadeira não consegue recolher as vagens, porque ela tem uma inserção muito baixa e isso faz com que a serra não consiga recolher esta produção – explica.
O produtor rural Diomedes Vendrúsculo relara que transferiu seu rebanho bovino para a área da lavoura de soja, que teve perda total, em função da estiagem, que também secou a pastagem. O agricultor, cuja propriedade fica no município de Jóia, no Rio Grande do Sul, diz que nem a irrigação foi capaz de salvar as plantações.
– A gente tem hoje 1,8 mil hectares irrigados, onde mil eram de milho. Tivemos também quebra de 30% no enchimento do grão por falta d’água e agora o restante da soja não tem água, está morrendo debaixo de pivô – lamenta.
O também produtor Pedro Lorenzatto aponta que as chuvas que caíram recentemente na região agravaram a situação.
– O ciclo dela já estava chegando ao fim. E agora, com a chuva, a planta que tem pouca vagem vai começar a brotar. Então, ela não vai secar. Teremos que entrar com um produto para dessecar ela, para poder tirar grãos. E aumenta o custo, no mínimo, em R$ 50,00, R$ 60,00 por hectare ainda, além do que já foi investido – acrescenta.