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Seca provoca quebra de 70% da safra do milho no Distrito Federal

Governo decretou estado de emergência pela primeira vez para áreas agrícolas que sofreram com falta de chuvas entre fevereiro e abril

Cerca de 200 produtores de milho do Distrito Federal tiveram suas produções comprometidas por causa da forte seca que atinge a região desde o começo do ano. O governo do Distrito Federal decretou estado de emergência para as áreas agrícolas e a quebra de safra já chega a 70%.

Na fazenda do produtor rural Roberto Paludo, a área plantada de milho tem 1,5 mil hectares, o dobro do que ele plantou na temporada passada. Paludo apostou na cultura porque esperava um bom volume de chuvas, mas a natureza não colaborou. Enquanto a previsão para os meses de fevereiro, março e abril era de 500 milímetros, o volume real não passou da metade disso.

Em sua propriedade, Roberto enfrentou uma perda de 85% na produtividade. “É meio frustrante para gente porque isso aqui é a vida da pessoa, da família, de funcionários, das famílias dos funcionários que dependem tudo de isso aqui correr direitinho pra eles terem o salário, pra ter o pão na mesa todo”, disse.

Segundo Marconi Borges, engenheiro agrônomo e gerenta da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a seca acabou afetando o desenvolvimento da espiga. “Acontece que quando ela começou a formar o grão, faltou água. Então, quando a planta tem mais necessidade de água é, justamente, no enchimento de grãos. Faltou água, os grãos ficaram pequenos e leves”, disse.

Diante deste cenário de quebra de produtividade, o secretário de Agricultura do Distrito Federal, José Guilherme Leal, decretou estado de emergência para que os produtores possam renegociar o pagamento de dívidas com as instituições financeiras. O decreto foi publicado na semana passada e vale por 180 dias.

“Nós conversamos antes da edição do decreto com os agentes financeiros, os principais que operam com crédito rural aqui em Brasília. Agora é uma decisão de cada produtor com o banco, mas o manual de crédito rural permite, em situações como essa, que o banco possa fazer esse estudo da situação do produtor e viabilizar alguma prorrogação ou alongamento”, disse Leal.

Além do milho, a seca também vai afetar a safra irrigada do estado, que já começou a ser plantada. O feijão é uma das principais culturas da temporada e, como o volume das bacias hidrográficas da região caiu, os produtores vão ter limitação no uso da água e a consequência é uma redução de 20% na área semeada.

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