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Seca reduz margem do produtor de soja em 76% no oeste do Paraná

No Rio Grande do Sul, rentabilidade cai 35%A quebra da safra de soja 2011/2012 no Sul do Brasil por causa da estiagem vai reduzir de forma expressiva a rentabilidade do produtor de grãos da região. De acordo com dados da consultoria Agrosecurity, embora o preço recebido pelo produtor tenha se mantido praticamente estável desde novembro, as perdas de produtividade devem reduzir a margem de lucro do sojicultor do oeste do Paraná em 76,8% e do Rio Grande do Sul, em 35,7%, com relação aos valores inicialmente previstos.

Considerando o município de Toledo, numa das regiões do Paraná mais afetadas pela falta de chuvas, a margem deve cair de R$ 857,40 por hectare (66,2%), previstos em 30 de novembro, para R$ 198,40 na conta realizada em 11 de janeiro. Esse recuo de 76,8% na margem de rentabilidade decorre da quebra de 30,3% na produtividade da lavoura de soja, de 55,2 para 38,5 sacas por hectare. O preço da saca de 60 quilos da oleaginosa variou pouco no período, de R$ 39,00 em novembro, para R$ 38,80 em janeiro. Ali, o custo operacional da lavoura foi calculado em R$ 1.295,40 por hectare.

Em Ijuí (RS), os produtores deverão apurar margem de R$ 295,69 por ha (26,0%), ante R$ 459,62 por hectare (40,4%) previstos anteriormente, já que a produtividade da lavoura foi reduzida de 38,2 sacas por hectare para 34,7 sacas, nas projeções da Agrosecurity. A redução do preço da oleaginosa foi de apenas R$ 0,51, para R$ 41,27 por saca. Já o custo operacional foi de R$ 1.136,38/hectares.
 
— No Rio Grande do Sul, o efeito (da estiagem) é um pouco menor por enquanto porque a soja lá é plantada mais tarde, entre novembro e começo de dezembro. Então pode ser que ainda se recupere caso chova até a primeira quinzena de fevereiro. Já o oeste do Paraná planta a maior parte da soja até 15 de outubro, então a estiagem aconteceu exatamente no momento da floração, quando o grão mais precisa de água — explica Felipe Prince, economista sócio da Agrosecurity.

Ele destaca que os dados para o Rio Grande do Sul ainda podem ser revistos, pois vão depender do clima na região. Os preços recebidos pelo produtor praticamente não sofreram alterações porque, segundo Prince, a área plantada com soja no País aumentou em relação à temporada anterior, o que compensou altas nos mercados interno e externo.

— Apesar da perspectiva de quebra no Sul, nos demais Estados, como Mato Grosso, Goiás, Bahia e no Triângulo Mineiro, a projeção de produtividade vai compensar essas perdas — afirma.

O Departamento de Economia Rural, da Secretaria e Agricultura do Paraná, reduziu a estimativa para a produção da oleaginosa no Estado de 14,15 milhões de toneladas para 12,73 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a Emater estimou perda de 1,5 milhão de toneladas na produção de soja, para 8,75 milhões de toneladas, ante as 10,3 milhões de toneladas previstas inicialmente.

Cenário oposto

Em Mato Grosso, principal Estado produtor de soja, a situação é inversa. As lavouras de soja não enfrentaram déficit hídrico durante o período de desenvolvimento, e a previsão de produtividade foi elevada de 51,9 sacas por hectare em novembro para 54,7 sacas agora, na região de Primavera do Leste. Com isso, a estimativa de rentabilidade passou de R$ 511,73 por hectare (35,9%) para R$ 598,75 (42%). O preço recebido pelo produtor caiu apenas R$ 0,32 por saca, a R$ 37,01. O custo operacional da lavoura da região foi calculado pela Agrosecurity em R$ 1.425,70/ha.

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