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Segunda safra de soja ganha força no Rio Grande do Sul

Cotação do grão em alta motiva produtores da região das Missões e do noroeste do Estado a fazer aposta de riscoMotivados pela rentabilidade da soja, agricultores da região das Missões e do noroeste do Rio Grande do Sul apostam cada vez mais na segunda safra do grão. Apesar de arriscado, porque o plantio é feito fora do zoneamento agrícola, o investimento na chamada safrinha chega a ser maior do que no ciclo tradicional em algumas propriedades.

É o caso de Kurt Carlos Kretschmer, do município de Doutor Maurício Cardoso. Ele cultivou 250 hectares de soja no ciclo regular e agora trabalha para encerrar o plantio de 350 hectares na safrinha, que corresponde a 100% da área até então destinada ao milho.

– Neste ano, investi cerca de R$ 50 a mais por hectare na safrinha. Como fica fora do tempo indicado para o plantio, a planta precisa de mais tecnologia para crescer – explica.

Para Kretschmer, que planta soja nesta época há 12 anos, a oportunidade é um alento na hora de pagar as contas. A renda da safrinha tem representado cerca de 25% do faturamento com as lavouras de verão.

No último ano, devido à seca, o agricultor chegou a ter maior produtividade com a segunda safra. Situação incomum, segundo o engenheiro agrícola da Cooperativa Tritícola Santa Rosa (Cotrirosa) Jairton Dezordi. Em condições climáticas adequadas, afirma, a produtividade da primeira safra pode chegar a 70 sacas por hectares, e a da safrinha, a 45 sacas por hectare.

– É um risco, mas se o clima ajudar, colhemos bem. O valor da soja compensa – diz Kretschmer.

A maior parte dos 5 mil associados da Cotrirosa, que abrange 13 municípios, costuma optar pela segunda safra de soja. São cerca de 40 mil hectares de soja e 20 mil de milho. Na Cooperativa Agropecuária Alto Uruguai (Cotrimaio), com sede em Três de Maio e 9 mil associados de 15 municípios, a safrinha abrangerá de 10 mil a 12 mil hectares de soja e 2 mil hectares de milho.

O engenheiro agrônomo da Emater Aldo Valmor Schmiedt afirma que a safrinha de soja na região tem ganhado força nos últimos três anos, devido à alta na rentabilidade do grão.

Além da baixa produtividade, o risco da soja na safrinha aumenta porque o plantio ocorre fora do calendário de zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura – que prevê a semeadura até dezembro. Ao não respeitar essa delimitação, o produtor fica sem acesso a crédito e seguro em caso de perdas climáticas.

Mesmo assim, o cultivo da safrinha de soja é tradicional no noroeste gaúcho, onde o clima quente possibilita o plantio adiantado do milho. Conforme o engenheiro agrícola da Cotrirosa Jairton Dezordi, como o milho é plantado em agosto e colhido em dezembro, há a possibilidade do uso das áreas para uma segunda safra de verão na região.

– Os agricultores arriscam motivados pelo fator econômico. É uma safra adicional – comenta.

Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul nas Missões, Laércio Jorge Pilau, o plantio de safrinha abrange apenas as regiões noroeste e Missões.

– Enquanto plantamos milho no final de julho ou em agosto, outras partes do Estado plantam em setembro, para fugir do frio.

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