Segurança alimentar na Índia custará US$ 56 bilhões em dois anos, diz ministro

Governo pode aprovar lei que vai garantir grãos baratos para 70% da populaçãoA Índia vai precisar gastar pelo menos 2,5 trilhões de rúpias, cerca de US$ 56 bilhões, em subsídios para alimentos e em seus mecanismos de controle de oferta durante os próximos dois anos, de acordo como ministro de alimentos do país, K.V Thomas. Segundo ele, o governo se prepara para aprovar uma lei de segurança alimentar que vai garantir grãos baratos para 70% da população indiana, de 1,2 bilhão de pessoas.

O ministro avalia que, no primeiro ano, a despesa com subsídios deve chegar a 949,87 bilhões de rupias. Ele afirma que, conforme a nova lei, a Índia precisaria de 60 milhões de toneladas de grãos por ano. Os grãos devem ser precificados na metade dos custos de aquisição do governo, explicou Thomas.

Por enquanto, a Índia possui produção suficiente para manter o programa social. Seus estoques estão cheios e o país estima ter produzido um recorde de 241,56 milhões de toneladas de grãos para alimentação no ano-safra encerrado em 30 de junho.

No entanto, há gargalos em logística e estocagem, o que preocupa o governo, que pretende expandir e fortalecer a cadeia agrícola e de alimentos para que o abastecimento seja protegido contra eventuais choques de oferta.

? O aumento (da produção) precisa ser mantido ? avisa Thomas, acrescentando que o governo deve combater os problemas de transporte que dificultam a conexão entre as fazendas e os mercados.

A Índia vai adquirir 280 milhões de toneladas de grãos para alimentação até 2020/2021 e a produção agrícola precisa crescer 2% por ano para atender à demanda, de acordo com o primeiro-ministro Manmohan Singh. Thomas entende que a capacidade de estocagem de grãos de 15 milhões de toneladas será ampliada nos próximos três anos, além de silos para dois milhões de toneladas.

Legislação

O ministério pretende discutir a lei de segurança alimentar com ministros estaduais, antes de enviar o projeto para aprovação do gabinete. Um painel ministerial aprovou um rascunho na semana passada. Será necessária a aprovação de legisladores e Thomas diz que o governo espera apresentar o projeto de lei ao parlamento em agosto.

Thomas acrescenta que seu ministério está aberto a permitir mais exportações de grãos para alimentação. Na semana passada, um painel aprovou a venda externa de um milhão de toneladas de arroz e o ministro disse que iria “acompanhar a situação” depois dos embarques. Ele acrescentou que não tem objeções quanto às exportações de trigo se ocorrer em quantidades limitadas.

? A quantidade ainda precisa ser decidida ? completou.