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Seguro agrícola é motivo de alívio para produtores atingidos pela seca no Rio Grande do Sul

Apesar de ajudar a diminuir o impacto das perdas, mecanismo ainda é pouco utilizado no campoCom as perdas provocadas nas lavouras pela seca, ter o seguro agrícola contratado é motivo de alívio no interior do Rio Grande do Sul. Mas enquanto muitos agricultores optam pelo mecanismo, outros ainda preferem confiar na sorte. Entre as razões que ajudam a explicar essa postura estão a insatisfação com taxas, o tipo de cobertura e o excesso de burocracia.

Com mais de cinco décadas de experiência, o produtor Erni Worst, 70 anos, fez o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) em 50 dos 120 hectares de soja. No restante, optou pelo seguro particular na propriedade em Victor Graeff, no norte do Estado. A quebra de 20% reforça a preferência por precaução.

– O seguro me deixa tranquilo, pois o custo está salvo e não ficarei com dívidas – destaca Worst.

Com apenas parte da produção segurada, o agricultor Jorge Alcir Penz, 40 anos, vive uma safra de contrastes em Passo Fundo, também no norte do Rio Grande do Sul. Ele amarga 70% de perda em 24 hectares de lavoura com o Proagro e 40% nos 26 hectares sem seguro. Prestes a acionar o mecanismo pela primeira vez, reclama que o sistema não cobre todo o custo de produção.

– Eu perco menos, mas não vou recuperar tudo que investi, pois o seguro não considera a despesa com maquinário e mão de obra – afirma Penz.

Nos últimos anos, o produtor de Passo Fundo Idalino Dal Bello, 63 anos, decidiu arriscar e plantar sem seguro. Do otimismo inicial, porém, restou a decepção com o fracasso nos 40 hectares de milho. Por isso, já estuda a melhor forma de proteger a propriedade no próximo ciclo.

– Achei que a previsão de seca falharia como no ano passado. Foi um descuido, mas na próxima pensarei melhor antes de plantar sem seguro – conta Dal Bello.

O consultor Carlos Cogo explica que muitos agricultores não aderem ao seguro devido à burocracia, menor lucro futuro em caso de safra normal e, ainda, porque os programas governamentais não repõem o total investido. Mesmo assim, defende o mecanismo como garantia de estabilidade e tomada de crédito futuro.

– Se é ruim com seguro, pior sem. O ideal mesmo é investir em infraestrutura na propriedade para amenizar os efeitos da seca – afirma.

Para Cogo, a adesão seria maior se o governo oferecesse uma modalidade que garantisse o custeio da produção e que o produtor recebesse boa parte da renda esperada para o ciclo

Como funciona:

PROAGRO

– Quem pode acessar: agricultores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Produtores que não se enquadram no Pronaf têm acesso, mas com alíquota maior do que 2%.

– Cobertura: até 100% do valor financiado. Na modalidade Proagro Mais, também garante até R$ 3,5 mil da receita líquida esperada.

– Custo: 2% do total financiado pago na assinatura do contrato.

– Critério mínimo para indenização: perda de 30% na cultura.

– Valor da indenização: proporcional à perda (mediante vistoria técnica).

SEGURO PRIVADO

– Quem pode acessar: qualquer agricultor.

– Cobertura: até 100% do valor financiado.

– Custo: varia conforme a seguradora.

– Critério para indenização: proporcional à perda registrada.

– Valor da indenização: o preço é estipulado na contratação do seguro. Da taxa total, normalmente é descontado 50% de subsídio mediante a liberação de recursos pelo Ministério da Agricultura. Sem franquia, preserva renda mínima para o produtor em caso de problemas.

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