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Seguro para a soja: Embrapa dá dicas para evitar erosões e compactação do solo

O vazio sanitário já começou, mas este não é o momento de relaxar com a lavoura. Separamos algumas medidas a serem tomadas agora, que podem garantir a produtividade da soja

Indea/Divulgação

O vazio sanitário já começou em seis estados do país. E é exatamente neste momento que o cuidado com o campo pode render uma maior segurança para a lavoura de soja que será semeada. Convidamos o pesquisador da Embrapa Soja, Alvadi Balbinot, para destacar algumas dicas que merecem atenção especial neste período.

Antes de mais nada Balbinot começa ressaltando que cada município possui uma característica climática diferente durante o inverno e cabe ao produtor identificar onde sua situação se encaixa para seguir as dicas a seguir.

Sem chuvas no inverno

Para aqueles municípios que normalmente não registram chuvas durante o inverno, não há como semear nada, portanto o cuidado e atenção deve se voltar a erradicação de plantas daninhas e de soja guaxa.

“Em algumas regiões não há chuvas que viabilizem o cultivo de qualquer cultura. Portanto a principal preocupação é com as plantas daninhas e soja guaxa. As plantas daninhas mais problemáticas são a buva e o capim amargoso. O produtor tem que se atentar para esta limpeza de área, senão ele não conseguirá controlá-las quando a soja tiver emergido. Sem falar nos gastos com químicos, já que estas invasoras possuem resistência”, ressalta.

Ele destaca que o monitoramento constante da área e erradicação das invasoras, trará muito mais eficácia no combate a elas quando a soja estiver no campo. “Toda a fazenda que produz soja, em algum lugar acabará vendo uma guaxa nascer, é normal isso. Portanto o monitoramento constante é importante, para evitar que essa planta sirva de ponte para a soja comercial que virá na sequência ao vazio sanitário”, diz Balbinot.

Com chuvas no inverno

Se o município do produtor costuma ter algum volume de chuvas, mesmo que pequeno, além do monitoramento e erradicação sugerido anteriormente, há uma outra possibilidade bastante atraente do ponto de vista de segurança da lavoura.

Segundo o pesquisador nestes casos o produtor pode investir na cobertura do solo com nabo forrageiro ou aveia preta. Estas duas culturas além de preservar o solo, geram uma palhada mais abundante e possuem bom enraizamento.

“Os benefícios são enormes. O primeiro é que essa cobertura ajuda a inibir o surgimento de plantas daninhas e soja guaxa. A palhada protege o solo e serve de matéria orgânica para a soja que será plantada na sequência. E, por fim, as raízes ajudam na descompactação do solo, e evitando as erosões”, destaca.

Claro que nem tudo é tão fácil e existem ´três entraves importantes neste caso:

1 – O primeiro e, certamente, mais indagado, é em relação aos custos de se fazer isso, Já que o produtor teria que comprar mais sementes e gastar mais.

“O produtor precisa enxergar que há vantagem em fazer isso e não apenas o custo. Este tipo de prática é considerada um seguro de lavoura, pois reduz a chance de erosão, compactação e a incidência de plantas invasoras”, afirma Balbinot.

2 – Outro ponto de dificuldade é em relação a logística do plantio, pois o agricultor teria que entrar semeando a cobertura de solo, assim que retirasse o milho.

“A dificuldade neste caso é que o produtor já teria que entrar semeando essas culturas ao mesmo tempo em que se colhe o milho, para dar tempo da planta crescer e formar uma boa quantidade de matéria orgânica, pelo menos 2 toneladas de matéria seca”, conta.

3 – O último entrave diz respeito a estrutura da fazenda, já que muitos produtores não têm pessoal e maquinários excedentes para se dedicar a duas atividades distintas.

“O custo para implantação não é tão elevado, mas tem o custo operacional. Normalmente neste período de colheita do milho, todas as atenções, maquinários, esforços e pessoal está voltado para a colheita”, afirma.

Solução para os custos

Já que a estrutura não comporta refazer toda a área com cobertura, seja pelo custo dos insumos, seja pelos funcionários e maquinários, o pesquisador sugere que o produtor foque nos talhões com problemas.

“A recomendação é que o produtor use essas coberturas em parte da fazenda. Só nas áreas que costumam ter o problema. Ou seja, percebeu que a área costuma dar problema, invista nela para evitar perdas desnecessárias”, comenta Balbinot.

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