Todo mundo sabe que as atividades agropecuárias estão suscetíveis a fatores climáticos, especialmente a falta ou excesso de chuvas.
Por esta razão, os sistemas de seguro vêm evoluindo e desenvolvendo novas maneiras de proteger o produtor.
Uma das alternativas que vem ganhando espaço no mercado é o seguro paramétrico, que oferece uma cobertura mais personalizada em comparação ao seguro tradicional.
O seguro paramétrico utiliza como referência para a confecção da apólice parâmetros climáticos de cada região e as necessidades pluviométricas da cultura a ser assegurada.
Os índices podem ser definidos por órgãos oficiais como a Embrapa ou institutos de pesquisas reconhecidos como o IBGE, levando em consideração o comportamento de anos ou até décadas anteriores, ou até por satélite.
Para Edson Pierezan, especialista em seguro agrícola da THB, o seguro paramétrico é fundamental para grandes produtores e cooperativas que estão investindo sem incentivo de crédito de instituições financeiras e governos.
“Esses produtores estão preocupados com o patrimônio e precisam de segurança e solidez na hora de comprar um seguro. E o paramétrico tem a tecnologia a favor deles. Isto porque as perdas não são avaliadas in loco, não tem inspeção, e os fenômenos isolados que atingem a área segurada geram automaticamente indenizações e acionamentos de gatilhos conforme parâmetros estabelecidos na contratação, com a contabilização das perdas em relação ao impacto que esses fenômenos geraram em cada fase da planta, desde a germinação, passando pelo crescimento, até a colheita”, explica.
Seguro paramétrico
Enquanto nos seguros tradicionais, a indenização se dá em função das coberturas existentes e das perdas ocorridas, o seguro paramétrico é acionado quando um determinado índice pré-definido não é atingido. Esse parâmetro é acertado entre o produtor e a seguradora em função das características locais, diferentes em cada região do país.
A principal vantagem do seguro paramétrico é que ele é menos subjetivo. Não há necessidade de perícia e o pagamento da indenização é realizado de modo ágil e rápido.
Edson Pierezan, no entanto, diz que como o seguro paramétrico não contempla perdas causadas por pragas e doenças, o conselho é que o produtor faça também um seguro tradicional para aumentar a cobertura.
“A gente sempre recomenda que o segurado tenha o seguro tradicional, é uma cobertura mais ampla, então a gente tem ali cobertura multi riscos nomeados, que cobrem vendaval, granizo, na sua lavoura. O seguro paramétrico é um inovador, no sentido de terem poucas apólices, então a gente não tem um grande número de apólices. Pela minha experiência e por tudo que a gente tem visto nos seguros tradicionais, ele é o percursor , ou seja, muito provavelmente vai ser construído cada vez mais um caminho para o seguro paramétrico. Quando a gente essa questão da umidade do solo a gente já tem uma facilidade de definir parâmetros e aí começa a trazer luz para as coberturas, como vão ser as indenizações, como vai impactar , qual é o percentual, então eu vejo no futuro do seguro paramétrico um futuro muito próximo, vai ser uma alternativa muito interessante para os produtores”.