Durante uma coletiva de imprensa realizada no 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, na cidade de São Paulo (SP), o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, manifestou uma inquietação diante do atual modelo de seguro rural adotado no Brasil, devido ao crescente endividamento das companhias seguradoras.
De acordo com Fávaro, a grande maioria dos produtores está sendo beneficiada pelo seguro rural, exceto por casos recorrentes que têm ocorrido, como o terceiro problema climático em quatro anos no Rio Grande do Sul, o qual provoca um aumento no custo da apólice e uma redução no valor da cobertura. “Trata-se de um processo legítimo de mercado que precisa ser corrigido com recursos públicos para subsidiar esse seguro”, avalia.
Fávaro afirma que não é possível se comprometer publicamente com a meta de alcançar R$ 2 bilhões em seguro rural neste ano, assim como não era viável prever que o Brasil lançaria o seu maior Plano Safra da história, totalizando R$ 500 bilhões para a safra 2023/24, somando recursos do BNDES.
Na perspectiva de Fávaro, o atual modelo de seguro rural adotado pelo Brasil resulta em um grande déficit para as seguradoras, totalizando R$ 3 bilhões ao longo de 16 anos.
“É necessário obter maiores volumes de recursos públicos do Tesouro ou esse modelo de seguro deixará de ser viável, pois não apresenta equilíbrio”, sinaliza.
Fávaro compreende que é essencial buscar soluções para equilibrar o seguro na safra 2023/24, mas também enfatiza a importância de planejar para o futuro.
“Existe um novo modelo no México, que será aprofundado e adaptado ao Brasil, de modo que possamos eventualmente contar com um novo seguro mais eficiente e sustentável economicamente para os produtores rurais na safra 2024/25”, conclui.