– Apesar disso, a cana não deixou de ser moída. A cana plantada foi direcionada para outras usinas. Houve uma ‘troca de donos’. Por isso, tivemos uma safra recorde no ano passado – salientou, acrescentando que o desafio é manter a produção com uma quantidade cada vez menor de usinas.
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Segundo ela, para reverter essa situação de dificuldades enfrentadas pelo setor sucroenergético, são necessárias duas medidas ‘emergenciais’: terminar a implementação da redução da alíquota PIS/Cofins que incide sobre o biocombustível e elevar a mistura de anidro na gasolina, hoje em 25%.
Já para ensejar o retorno de investimentos na indústria, Elisabeth defende o fim de subsídios à gasolina e incentivos ao consumo de etanol e em programas de inovação, além da definição de uma política energética clara por parte do governo.
F.O.Licht: clima provoca perda de 25 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul
As geadas do ano passado e a forte estiagem neste início de ano provocaram a perda de cerca de 25 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no Centro-Sul, principal região produtora do Brasil. A projeção é do analista de commodities sênior da F.O.Licht, Stefan Uhlenbrock, que participa do Sugar&Ethanol.
Pelas previsões da F.O.Licht, o Centro-Sul processará 575 milhões de toneladas de cana em 2014/2015, volume 3,5% inferior ao observado em 2013/2014. A produção de etanol deve ficar em torno de 31 milhões de toneladas e a de etanol, em 25 bilhões de litros.
Odebrecht Agroindustrial foca em sobrevivência, diz executivo
A Odebrecht Agroindustrial, braço sucroenergético da Odebrecht, passa por um momento cujo foco é “sobrevivência” e não “crescimento”, destacou o vice-presidente da empresa, Marcelo Mancini Stella no evento. A situação da companhia não é isolada, diz ele, refletindo as dificuldades pelas quais passa toda a cadeia produtiva do setor.
Com nove usinas em operação e capacidade instalada para moer 40 milhões de toneladas, a Odebrecht Agroindustrial foi fundada em 2007, quando a perspectiva para o setor sucroalcooleiro era promissora, destacou o executivo. Mas, em virtude da crise do crédito de 2008 e de políticas governamentais pouco favoráveis ao biocombustível, a situação se inverteu.
– Temos um programa de redução de custos, de redução de investimentos, focando na área agrícola e estamos em busca de mercados de exportação de maior rentabilidade.
Conforme Mancini Stella, para reverter esse quadro é necessário visão de longo prazo sobre o papel do etanol na matriz energética brasileira, bem como o fim do subsídio à gasolina.
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Alternativas para reativar setor de etanol
O governo brasileiro está buscando alternativas para reativar a cadeia produtiva de etanol, mas ainda não encontrou a solução. A afirmação, feita nesta segunda, é do diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Dornelles.
– Estamos trabalhando pela competitividade do etanol. Não estamos parados. O governo vê o setor como vital para o país – acrescentou.
Questionado sobre a desoneração da alíquota Cide sobre a gasolina, Dornelles disse que esse não é o único fator a pesar contra o setor sucroalcooleiro.
– Se fosse só a (decisão de retomar) Cide, bastaria publicar um decreto. Mas outras circunstâncias não permitem – afirmou.
A presidente da Unica destacou que a isenção da Cide sobre a gasolina traz um benefício de R$ 0,28 por litro. Já a isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o etanol, embora importante para o setor, traz um alívio menor, de apenas R$ 0,12 por litro.
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