O coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Júlio Sérgio de Britto, disse nesta quinta, dia 29, na Comissão de Meio Ambiente da Câmara, que sem o uso de defensivos para o controle de pragas a produção agrícola brasileira cairia pela metade.
– Há uma busca maior de eficácia de produtos agrotóxicos e de novas tecnologias para controle de pragas, de defensivos naturais, biológicos. Só este ano tivemos 20 produtos biológicos para uso na agricultura, mas há uma necessidade de ter mais registros – afirmou ele durante audiência que discutiu a utilização de agrotóxicos na produção brasileira.
Britto garantiu que o Ministério e os órgãos envolvidos na liberação e fiscalização desses produtos fazem um controle rigoroso. Segundo ele, são fiscalizadas de 16 mil a 17 mil propriedades por ano.
– Precisamos garantir que o nosso sistema de produção seja e continue a ser viável – defendeu.
Britto argumentou ainda que o Brasil não faz diferente dos principais países produtores e garantiu que há preocupação em implementar uma avaliação de risco ao consumidor e ao aplicador.
– O Ministério se preocupa com isso [avaliação de risco para o produtor e para o aplicador]. O sistema agrícola, hoje, é fundamentado na pesquisa dos últimos anos, em melhoramento genético, que agrega condições de alta produção e que requer níveis correção de solo, fertilização, mecanização e defesa das pragas e doenças dessas culturas – argumentou.
Ele afirmou ainda que há uma busca de produtos menos agressivos para o ser humano e para a produção.
Britto disse que, por produzir de duas a três safras anuais, o Brasil registra maior ocorrência de pragas. Aos deputados, contou que havia uma expectativa de que com o plantio de sementes geneticamente modificadas (transgênicas) a demanda por agrotóxicos cairia, mas o que uso da tecnologia de fato proporcionou o manejo mais fácil de lavouras de soja, milho, arroz e algodão.
– A maioria dos transgênicos aprovados inicialmente foi para atender esse consumo e se tornou mais fácil e simples fazer o plantio dessas culturas. Temos de estimular mais a produção de transgênicos que ajudem no controle de pragas – disse.